Gérard Depardieu condenado a 18 meses de prisão com pena suspensa por agressão sexual
Gérard Depardieu foi considerado culpado, esta terça-feira, de agredir sexualmente duas mulheres durante as filmagens da longa-metragem "Les Volets Verts" ("As Persianas Verdes"), em 2021. Ator foi condenado a 18 meses de prisão com pena suspensa.
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O homem de 76 anos, que não esteve presente no Tribunal de Paris para ouvir o veredicto, foi condenado a 18 meses de pena suspensa por agredir sexualmente uma cenógrafa, de 54 anos, e uma assistente de realização, de 34, durante as filmagens da longa-metragem "Les Volets Verts" ("As Persianas Verdes"), do realizador Jean Becker, em setembro de 2021.
A sentença, alinhada com o pedido do Ministério Público em março, começou a ser lida pouco depois das 10 horas locais (9 horas em Portugal continental). Embora a decisão esteja totalmente fechada, continuam em discussão outros aspetos, como o pagamento de uma multa e a eventual imposição de tratamento psicológico ao ator.
No início do julgamento, Gérard Depardieu, que se encontra a gravar na ilha de São Miguel, nos Açores, ao lado da atriz Fanny Ardant, declarou-se inocente das acusações de abuso sexual, embora tenha admitido ter usado uma linguagem "vulgar" e "rude", que já não é considerada aceitável. "Não me sinto muito à vontade com esta nova sociedade... Acho que o meu tempo acabou", afirmou, na altura, citado pela "BBC".
Depardieu, a maior estrela de cinema de França, que fez mais de 200 filmes e séries de televisão, é a figura de maior destaque na indústria cinematográfica francesa a ser condenada por agressão sexual desde o surgimento do movimento #MeToo. A decisão deverá ter repercussões no Festival de Cinema de Cannes, que arranca esta terça-feira.
Ao longo da carreira, o protagonista de "Astérix & Obélix" foi acusado de comportamento impróprio por cerca de 20 mulheres, mas vários processos foram arquivados devido ao prazo de prescrição. A atriz francesa Charlotte Arnould foi a primeira a apresentar queixa-crime contra a estrela de Hollywood, em 2018.
Apesar das acusações, o ator continuou a contar com o apoio de algumas figuras públicas - entre elas, a atriz Brigitte Bardot, que já se tinha manifestado contra o feminismo e os movimentos de apoio às vítimas de violência sexual.