Em Espanha, a princesa Leonor iniciou agora a formação castrense, seguindo o exemplo de outras futuras rainhas europeias.
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Cumprido o ensino secundário no UWC Atlantic College, no País de Gales, e quase a atingir a maioridade, Leonor, a filha mais velha dos reis de Espanha Felipe e Letizia, iniciou, na semana passada, a formação castrense na Academia Geral Militar de Saragoça. A herdeira do trono espanhol veste agora o camuflado do Exército, onde se destaca bordado o nome da cadete Borbón Ortiz, o nome pelo qual é tratada na instituição. Dentro da academia, a princesa das Astúrias é tratada como “dama cadete”, tal como os restantes alunos são chamados pelos instrutores. Mesmo que o ensino da futura rainha prime por singularidades, Leonor partilha uma camarata, os chuveiros e as casas de banho com as restantes camaradas. O mesmo aconteceu antes com o avô e rei emérito, Juan Carlos, e o pai, Felipe VI.
Nos próximos três anos, Leonor passará pelos três ramos do Exército (Terra, Armada e Ar e Espaço), antes de seguir para a universidade. Até lá, deve obedecer ao regulamento geral 3/96, “a fim de assegurar que a imagem oferecida pelos membros do Exército seja a do coletivo e de reforçar os laços de uniformidade e disciplina e a unidade espiritual dos seus membros”. Dessa forma, não pode usar verniz de cor nas unhas, nem ganchos ou fitas no cabelo, e os vestidos a que já acostumou ficam guardados para os momentos de lazer.
Não é a única na realeza a trajar o camuflado, pois os herdeiros das monarquias têm como característica comum a formação militar, que os prepara para, um dia, serem chefes das respetivas Forças Armadas. Isso faz com que, nos países onde a lei sálica foi abolida, várias princesas troquem os vestidos de gala pelos uniformes.
Todo-o-terreno
Nos Países Baixos, a princesa Catharina-Amalia, de 19 anos, também já contactou com os três ramos das Forças Armadas do país: a Real Força Aérea dos Países Baixos, o Exército Real e a Marinha Real. Vestida a rigor, a primogénita dos reis Guilherme e Máxima da Holanda voou num caça F-16, andou num tanque de batalha Leopard e subiu a bordo do submarino Walrus.
Também estreante, Ingrid Alexandra da Noruega chegou aos treinos militares em 2021, quando fez 17 anos. Com a Tropa dos Caçadores, e igualmente vestida de verde tropa, participou em alguns exercícios, tendo até saltado do cimo de uma torre, para simular o salto de paraquedas. Cerca de um ano depois, a filha mais velha de Haakon e Mette-Marit juntou-se à Brigada do Norte do Exército norueguês, numa jornada que contemplou um exercício para tratar de um soldado ferido durante uma explosão, a aprendizagem de como funcionam os veículos de evacuação e a condução de um blindado.
Elisabeth da Bélgica, de quase 22 anos, foi a primeira mulher da realeza belga a estudar na Real Academia Militar, onde ingressou em 2020. A duquesa de Brabante concluiu a formação militar em julho de 2021, mas no ano seguinte fardou-se de novo, no acampamento anual da academia. Atualmente, estuda História e Política no Lincoln College da Universidade de Oxford, sem qualquer farda obrigatória.