"Kardashian de Chesire". Influencer admite fraude com carteiras de luxo para financiar estilo de vida
Jack Watkin, de 26 anos, conhecido como "Kardashian de Chesire", declarou-se culpado de fraude e roubo após ter financiado o seu estilo de vida como influencer no Instagram, defraudando empresas e particulares num valor total de mais de 200 mil libras (234 mil euros).
Corpo do artigo
Watkin compareceu no Tribunal da Coroa de Chester na terça-feira, onde se declarou culpado de oito acusações de fraude por falsa representação.
O golpe girava em torno de malas exclusivas, como a Hermès Birkin, vendidas apenas por convite pela marca francesa, um processo que pode torná-las um investimento lucrativo, uma vez que o valor de revenda pode ser muito superior ao preço original. As malas Birkin novas podem custar a partir de oito mil libras (9377 euros) cada, mas as de segunda mão alcançaram valores muito elevados em leilões, com uma delas a ser vendida por 253.700 libras (297.380 euros) em Hong Kong em 2017.
O influencer, que participou na série documental "Rich Kids Of Instagram", do "Channel 4", prometia às suas vítimas elevados retornos dos investimentos em bolsas de luxo da Hermès mas, em vez disso, gastava o seu dinheiro num estilo de vida luxuoso, viajando para Londres para comprar artigos de luxo na Harrods e hospedar-se no hotel de cinco estrelas Dorchester.
Watkin disse às vítimas que tinha os contactos que lhes poderiam dar acesso às carteiras e que poderiam partilhar os lucros obtidos na revenda. Enganou uma mulher, fazendo-a entregar milhares de euros, pensando que estava a investir na carteira de luxo, quando, na verdade, estava a pagar as contas do influenciado no Dorchester. Ela, assim como os outros, nunca recebeu as carteiras nem a sua parte nos lucros da revenda.
O procurador Matthew Kerruish-Jones afirmou, em tribunal, que Watkin "apresentava a fachada de um estilo de vida luxuoso". "Isto, ao que parece, gerou confiança e levou várias pessoas a emprestarem-lhe grandes somas de dinheiro com a promessa de retorno financeiro ou de artigos de luxo. Nenhum dos dois se materializou", explicou. "O arguido dava desculpas e evitava os queixosos, enquanto gastava grandes somas de dinheiro para manter o seu estilo de vida aparentemente luxuoso".
A procuradora sénior Laura Atherton referiu que algumas das fraudes ocorreram ao longo de "vários anos" e que o caso era "complexo e com muitas camadas". Algumas vítimas "queriam as carteiras para si ou como presentes para outras pessoas", enquanto outras pensavam que estavam "a entrar numa verdadeira oportunidade de negócio". "Era tudo mentira", afirmou. "A maior parte dos bens e lucros nunca se materializou e os empréstimos nunca foram pagos na totalidade. Claramente, para conseguir convencer alguém, durante tanto tempo, de que vai devolver o dinheiro e fornecer bens, é preciso ser uma pessoa incrivelmente carismática e persuasiva".
Durante a investigação, a polícia também descobriu imagens indecentes de crianças no telemóvel de Watkin. O influencer foi condenado, no início deste ano, por nove crimes relacionados com as imagens indecentes.
Watkin foi mantido em prisão preventiva e deverá ser sentenciado pelos crimes de fraude e imagens indecentes a 3 de setembro.