Kim Kardashian pede libertação dos irmãos Menendez, condenados por homicídio dos pais
Erik e Lyle Menendez, na década de 1990, foram condenados a prisão perpétua por matarem os pais. Kim Kardashian defende a libertação dos irmãos, alegando que "não tiveram a hipótese de um julgamento justo".
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O caso remota ao verão de 1989, quando o empresário José Enrique Menendez e a mulher, Mary Louise "Kitty" Andersen, foram assassinados com tiros de caçadeira na sua casa em Beverly Hills, na Califórnia. Seguiram-se meses de investigação, até que a polícia conclui que os filhos do casal, Lyle, de 21 anos, e Erik, de 18, tinham sido os autores do crime. O estilo de vida ostentoso denunciou os jovens, levando a acusação a acreditar que os irmãos foram movidos por motivos financeiros.
Em 1996, Lyle e Erik Menendez, que alegaram ter sido vítimas de abusos sexuais desde a infância, foram condenados a prisão perpétua sem possibilidade de de liberdade condicional. A história inspirou a segunda temporada da série "Monstros", da plataforma de streaming Netflix, levando fãs de todo o Mundo a pedir a libertação de ambos.
Esta semana, Kim Kardashian, que chegou a visitar os irmãos no Centro de Correção Richard J. Donovan, aproveitou a onda mediática e assinou um artigo de opinião, na NBC News, a pedir que "as sentenças de prisão perpétua sejam reconsideradas". No texto, a socialite, que passou no primeiro exame para ingressar na Ordem de Advogados da Califórnia, em 2021, destacou que "somos todos produtos das nossas experiências. Elas moldam quem fomos, quem somos e quem seremos".
Posteriormente, Kim Kardashian explicou que o caso dos irmãos Menendez é "muito mais complexo do que parece à primeira vista" e que, na época, não foi dada uma visão correta dos acontecimentos pela comunicação social, que transformou "os irmãos em monstros". "O sofrimento e as histórias de abuso foram ridicularizados em 'sketches' do Saturday Night Live. (...) como dois miúdos ricos e arrogantes de Beverly Hills que mataram os pais por ganância. Não houve espaço para empatia, muito menos para compaixão".
A empresária, filha do falecido advogado Robert Kardashian, que defendeu o antigo jogador da NFL O. J. Simpson, alegou que Lyle e Erik Menendez "não tiveram a hipótese de um julgamento justo". "Naquela época, havia recursos limitados para vítimas de abuso sexual, particularmente para rapazes. (...) A consciencialização pública sobre o trauma do abuso sexual masculino era mínima, frequentemente obscurecida por julgamentos preconcebidos e homofobia".
"Passei um tempo com o Lyle e o Erik; eles não são monstros. São homens gentis, inteligentes e honestos. Na prisão, ambos têm registos disciplinares exemplares. Concluíram vários cursos universitários, trabalharam como cuidadores de idosos encarcerados e foram mentores em programas universitários", sublinhou a Kardashian.
Ainda que os assassinatos "não sejam desculpáveis", Kim acredita que a revisão da pena seria uma forma de repor a justiça para os irmãos, que receberam uma punição "mais adequada para um 'serial killer' do que para dois indivíduos que suportaram anos de abuso sexual pelas mesmas pessoas que amavam e em quem confiavam". "Devemos isso [a libertação] aos meninos que perderam a infância, que nunca tiveram a chance de ser ouvidos, ajudados ou salvos", concluiu.
A procuradoria de Los Angeles está a reavaliar o caso dos irmãos, podendo os mesmos ver as penas reduzidas já a 29 de novembro, dia para a qual foi marcada uma nova audiência. A libertação de Lyle e Erik, atualmente com 56 e 53 anos, é apoiada por 24 membros da família, entre os quais os irmãos dos pais.