Diagnosticado com cancro na medula óssea, o ex-produtor de cinema Harvey Weinstein implorou, na pré-audiência desta quarta-feira, a alteração da data de julgamento, invocando a falta de condições de Rikers Island, onde se encontra atualmente detido a cumprir pena por assédio sexual e violação de várias mulheres.
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"Há tanta gente a sofrer em Rikers Island, tantas outras pessoas com quem estou a passar por problemas semelhantes. Eles não têm o mesmo porta-voz que eu, mas Deus, eu falo por todos eles", disse ao juiz Curtis Farber, no Supremo Tribunal de Nova Iorque, citado pela CNN.
O julgamento de Weinstein, que tem cancro na medula óssea, está marcado para o dia 15 de abril, mas o ex-magnata de Hollywood teme não aguentar até à data estipulada pelo tribunal.
"Não aguento até abril", disse, sentado numa cadeira de rodas. "Peço, imploro a Vossa Excelência para alterar a data do meu julgamento. Não consigo aguentar mais, estou a aguentar porque quero justiça para mim e quero que isto acabe", acrescentou.
Harvey Weinstein pediu misericórdia, alegando que mesmo uma semana mais cedo, em abril, faria toda a diferença. "Para que eu possa sair deste inferno o mais depressa possível", sublinhou.
O magistrado compreendeu a situação do arguido, mas a agenda bastante preenchida não permitiu alterações na data. Curtis Farber disse que iria reavaliar a situação na próxima audiência, marcada para março.
Aos 72 anos, Weinstein cumpre pena por crimes sexuais, depois de ter sido acusado por mais de 80 mulheres de assédio, agressão sexual ou violação. Entre as visadas estão Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd.
No julgamento, Harvey responderá por dois processos, incluindo duas acusações de ato sexual criminoso de primeiro grau e uma acusação de violação de terceiro grau, envolvendo alegações de três mulheres diferentes.