É em choque que amigos, conhecidos e fãs têm reagido à morte do apresentador Nuno Graciano, na quinta-feira, aos 54 anos, na sequência de um AVC. Enquanto uns recordam as gargalhadas e o amor pelos quatro filhos, muitos a dor que ele carregava por ter sido afastado da televisão.
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“O Nuno (Graciano) morreu de tristeza por não ter lugar na televisão. Mas agora começam as homenagens”, partilha o argumentista António Barreira, em reação à morte do apresentador. “Quanta hipocrisia”, acrescenta.
O ator Rui Santos envia “condolências à Família e aos Amigos”, antes de considerar “que a vida valerá muito mais a pena quando há respeito pelo próximo”: ”O respeito que o Nuno reclamou. A vida pode ser muito ingrata, quando acaba, fulminantemente, sem fazermos tudo aquilo a que nos propusemos”.
“O ter ficado sem trabalhar na televisão acabou com ele… fez um apanhado comigo em Andorra no esqui, que foi único… RIP”, destaca Lili Caneças.
O humorista Fernando Rocha recorda que se hoje existe como artista é por que Graciano o “chamou para um concurso de anedotas onde depois fui vencedor”. “Depois contactou-me e ensinou-me a fazer apanhados. A vida seguiu e ele sempre a assistir ao meu sucesso. Devo-lhe muito, eu e muita gente que anda aí no mundo da televisão”, sublinha.
Recuando à época em que trabalharam “muitos anos no Day Time da SIC”, a apresentadora Fátima Lopes admira “a forma” como o amigo vivia a paternidade, “com entrega e dedicação total” aos filhos. “Tive oportunidade de ver o grande pai que sempre foste e marcaste-me por isso. Até sempre, Nuno!”, escreve.
Um sentimento reforçado pela atriz Bárbara Norton de Matos: “Sempre que estávamos juntos falavas com um orgulho enorme nos teus filhos, com um brilho nos olhos, inacreditável. Rimos muito, aliás gargalhávamos alarvemente juntos e é assim que me vou lembrar de ti… a rir! Muita força para a família!”.
Nuno Graciano ficou conhecido por conduzir programas como “Doutores e Engenheiros” (TVI), no qual se estreou, em 1994, ou “Não Há Crise” (SIC). Em 2016 acabou afastado do pequeno ecrã, quando apresentava as manhãs da CMTV ao lado de Maya.
Em conversa com Daniel Oliveira, no “Alta definição”, em 2018, que a SIC agora repetiu, não explicou os motivos da saída, mas assumiu que “foi de uma brutalidade” que não estava à espera, descrevendo-a como “injustiça atroz”.
“Acabei por dar mãos e braços a pessoas que hoje cagaram para mim, completamente. Isso é uma mágoa enorme que eu tenho. Não acho justo, não acho correto, não acho que a vida tenha de ser assim. Não faço nada em prol dos outros à espera que me retribuam, mas acho que o reconhecimento é uma coisa muito importante”, desabafou Nuno Graciano.
O ano passado, o malogrado comunicador voltou à televisão como concorrente do “Big Brother Famosos 2022”. Não venceu, mas foi depois repórter convidado no “Somos Portugal” e comentou alguns "reality shows" da TVI que se seguiram.
“Ainda lhe vi o olhar brilhante por voltar à televisão. O seu sonho maior. Nuno”, regista Cristina Ferreira, que o recebeu na estação de Queluz de Baixo (como apresentadora do BB e também como diretora), na hora da despedida.