As autoridades norte-americanas estão a investigar o uso letal de cetamina por parte do célebre ator Matthew Perry, mais conhecido pela série "Friends", que morreu em 2023 devido a uma overdose acidental.
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"Com base nas informações do médico legista, o Departamento de Polícia de Los Angeles, com o apoio da Administração de Controlo de Drogas (DEA) e do Serviço de Inspeção Postal dos Estados Unidos, continua a investigar as circunstâncias em que Perry morreu", disse a polícia, em comunicado, na terça-feira.
Um relatório forense concluiu, em dezembro, que Perry, de 54 anos, morreu de forma "acidental". Segundo a autópsia, foram encontrados "altos níveis" de cetamina, que poderiam ter causado superestimulação cardiovascular e problemas respiratórios. "A causa da morte de Matthew Perry é por efeitos agudos de cetamina", sentenciou o relatório em dezembro.
A cetamina é utilizada tanto de forma recreativa quanto por médicos como anestésico e para tratar a depressão e o stress pós-traumático. Perry teria recebido infusões da substância para tratar a depressão e a ansiedade, indicou o departamento forense.
Em 28 de outubro de 2023, o ator foi encontrado inconsciente numa piscina da sua casa em Los Angeles pelos socorristas, que não conseguiram reanimá-lo. De acordo com a investigação do caso, "o último tratamento havia sido uma semana e meia antes da morte e a cetamina presente no corpo no momento da morte não poderia ser dessa infusão, devido ao facto de que a cetamina permanece no corpo entre três e quatro horas".
A investigação visa esclarecer como é que Perry teve acesso à substância, que normalmente é administrada sob assistência médica, segundo os meios de comunicação norte-americanos que citaram fontes anónimas.
Perry era conhecido mundialmente pela sua interpretação do sarcástico Chandler Bing em "Friends", a popular série que durou 10 temporadas entre 1994 e 2004. A série catapultou a carreira de Perry que, nos bastidores, lidava com várias dependências e graves problemas de saúde durante anos.
Na sua biografia "Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível", publicada em 2022, o ator detalhou a sua luta contra os vícios e as suas reiteradas peregrinações a clínicas de reabilitação. No livro, contou que, às vezes, usava cetamina diariamente. Perry estava sóbrio nos últimos 19 meses antes da sua morte, de acordo com os depoimentos ouvidos pelos responsáveis pela investigação.