
Martinha sublinhou que o segundo espetáculo, que iria acontecer no Porto, foi cancelado por decisão sua e de Luís Franco-Bastos
Foto: Gonçalo Delgado / Global Imagens
O comediante Salvador Martinha falou no domingo, pela primeira vez, do que se passou na terça-feira durante o espetáculo “Morro Amanhã”, no Teatro Tivoli, em Lisboa, e durante o qual Rui Sinel de Cordes, embriagado, terá insultado uma espectadora.
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A atuação tinha caráter solidário dado que as receitas revertiam para a família de Ricardo Vilão, que faleceu em setembro passado aos 43 anos e que era membro do grupo de stand up comedy que junta Martinha, Cordes e Luís Franco-Bastos.
No seu podcast “Ar Livre”, Salvador Martinha referiu que o espetáculo tinha por fim homenagear Ricardo Vilão, tornando-se, a certa altura, num momento “irritação" de Sinel de Cordes que respondeu a uma "senhora na plateia" que o mandava calar.
O comediante referiu que viveu uma semana “louca” desde então e que ainda está a processar o que se passou. Disse estar zangado com Rui Sinel de Cordes, mas salientou que, apesar de tudo, não deixa de ser seu amigo, embora o espetáculo que estava marcado para esta quarta-feira no Porto tivesse sido cancelado.
Martinha, que não se refere ao facto de Cordes estar embriagado (o que o próprio admitiu num pedido de desculpas que fez na semana passada) , relatou que o humorista começou a interromper Franco-Bastos, levando a que a situação ficasse incómoda, com o público a intervir.
“O Rui não deixava ninguém falar. Aquilo irritou-se, obviamente. Temos um alinhamento para seguir e não estava a fluir. Estávamos sempre com repetições” afirmou Martinha.
“Havia quem no público se apercebesse do nosso desconforto. Falaram por nós. Começaram a dizer 'deixa-os falar', mas na boa", continuou, acrescentando que “uma senhora disse 'deixa-os falar' e o Rui passou-se, teve ali um momento em que descarregou uma energia super negativa, uma raiva em cima de uma pessoa da plateia”. “Foi um momento em que colapsou, acho que não estava totalmente lá", lembra.
Quando a espectadora se levantou, dizendo que “era uma vergonha” enquanto saía, “ a sala ficou um gelo”. Terá sido nesta altura que Sinel de Cordes insultou e ameaçou a mulher, que saiu da sala, assim como "15 a 20 pessoas". Mesmo assim, o espetáculo continuou, com Sinel de Cordes a manter o mesmo registo.
"Falhámos redondamente, falhámos numa missão que era homenagear um amigo (...) O espetáculo tornou-se sobre o Rui, não era o objetivo. Isto magoou-me, chateou-me e enraiveceu-me", assume.
Martinha sublinhou que o segundo espetáculo, que iria acontecer no Porto, foi cancelado por decisão sua e de Luís Franco-Bastos. "Estragou-se a magia da noite. Com que cara íamos estar sete dias depois no Porto a contar histórias de como éramos felizes em grupo ao fim de se passar isto?", questiona, pedindo desculpas a todos os presentes no Tivoli.
Notícia atualizada para corrigir uma atribuição errónea de uma citação a Salvador Martinha.
