Júri atinge vereditos parciais no julgamento federal de Diddy, mas mantém-se dividido quanto à acusação mais grave. O artista procurou tranquilizar a mãe e os filhos, visivelmente emocionados em tribunal.
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No âmbito do julgamento federal que decorre em Nova Iorque, o rapper e empresário Sean “Diddy” Combs vive momentos de grande tensão após o júri ter emitido um veredito parcial, esta terça-feira, relativamente a quatro das cinco acusações que enfrenta.
Durante a sessão, Diddy procurou tranquilizar a sua mãe, Janice, que se encontrava sentada numa fila atrás dele no tribunal. Após ela lhe dirigir algumas perguntas em voz baixa, o artista inclinou-se e sussurrou: “Vai correr tudo bem” e “amo-te”, batendo levemente no peito, demonstrando carinho e força. Também dirigiu palavras aos seis filhos adultos, entre os quais Christian, Justin e Quincy, presentes na bancada do público, que saíram do tribunal visivelmnete preocupados.
Este gesto de afeto não é inédito ao longo das sete semanas de julgamento, durante as quais Sean Combs tem demonstrado repetidamente o seu apoio e ligação à família.
A audiência ficou marcada por um momento crucial na segunda ronda de deliberações do júri, composto por 12 elementos, que chegou a um veredito para quatro das cinco acusações contra o músico. Foram validadas as acusações relativas a dois crimes de tráfico sexual com recurso a força, fraude ou coação e a dois crimes de transporte para envolvimento em prostituição.
Contudo, o júri não conseguiu decidir unanimemente sobre a primeira acusação — conspiração para extorsão — pelo que o juiz Arun Subramanian instruiu que as deliberações continuem na quarta-feira, na tentativa de alcançar um consenso.
O veredito parcial aproxima Sean Combs da definição do seu futuro judicial. A acusação de conspiração para extorsão representa a pena mais severa, podendo resultar numa condenação perpétua. As acusações de tráfico sexual implicam penas mínimas de 15 anos, podendo chegar à prisão perpétua, enquanto as acusações de transporte para prostituição acarretam penas máximas de até 10 anos.
Durante as deliberações, que tiveram início na segunda-feira após sete semanas intensas de depoimentos de 34 testemunhas, apresentação de provas, argumentos finais e instruções legais, surgiu uma preocupação entre os jurados sobre a capacidade de um dos seus membros seguir as instruções do juiz.
Este membro, identificado como jurado número 25, um homem de 51 anos, cientista e residente em Manhattan, é alvo de dúvidas expressas pelos restantes jurados quanto à sua aptidão para deliberar, conforme indicado numa nota enviada ao tribunal. O juiz respondeu ao júri relembrando-lhes o dever de manter a mente aberta e continuar a discutir, salientando a importância de seguir as orientações legais.
O consultor de júri Alan Tuerkheimer classificou esta situação como um “desenvolvimento significativo”, sublinhando que é “notável” que a questão tenha surgido tão cedo no processo e que possa originar complicações, incluindo apelos futuros, caso haja condenação.
Este episódio acontece poucas semanas depois de outro jurado ter sido dispensado por inconsistências nas suas declarações sobre a residência, o que acrescenta uma camada adicional de complexidade ao já mediático julgamento.
O caso continua a despertar enorme atenção, e os próximos dias serão decisivos para o destino de Sean “Diddy” Combs.