A cantora irlandesa Sinéad O’Connor morreu de causas naturais, segundo revelou, nesta terça-feira, o gabinete médico-legal de Soutwark, Londres, que terminou a investigação ao caso.
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A cantora morreu em julho de 2023, um ano depois de um dos filhos da artista, Shane, de 17 anos, ter cometido suicídio, após ter fugido do hospital onde estava internado sob vigilância. Logo depois da morte do filho, Sinéad O’Connor, que se tornou mundialmente conhecida em 1990 com a sua versão da música "Nothing Compares 2U", de Prince, foi internada, depois de publicar um série de mensagens onde afirmava sentir-se culpada pela partida prematura de Shane.
A artista de Dublin lançou 10 álbuns de estúdio, numa carreira de sucesso, também marcada pelas suas tomadas de posição. Em 1992, rasgou uma fotografia do Papa João Paulo II, em direto no programa Saturday Night Live, da televisão norte-americana, num protesto contra os abusos sexuais na igreja. Sete anos mais tarde, em 1999, O'Connor mostrar-se-ia arrependida pelo ato, quando foi ordenada sacerdotisa de uma ordem católica fundamentalista, mas sem deixar de defender as vítimas de abuso.
Em 2018, a compositora anunciou que se tinha convertido ao Islão, mudando o nome para Shuhada Davitt. Nunca abandonou o papel de ativista, abordando diferentes problemáticas como abuso infantil, que confessou ter sofrido, a depressão e os problemas causados por doenças mentais, os direitos da mulher e a condenação do racismo, evocando personalidades como Martin Luther King.
Em 25 de junho de 1995, quando atuou no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, trouxe o seu então recente álbum "Universal Mother", e não cantou "Nothing Compares 2 U". No último dos seus dois encores interpretou a solo, sem acompanhamento, "Dream A Little Dream Of Me", de Mama Cass, dos Mamas and Papas.
Em 2020 publicou a autobiografia "Rememberings".