
Dias antes de morrer, em dezembro do ano passado, George Michael falou dos piores momentos da sua vida: as mortes da mãe e do namorado e da forma como estas estão relacionadas com o Natal. "George Michael: Freedom" estreia-se em Inglaterra na próxima semana, no Channel 4.
O músico perdeu o amor da sua vida, o brasileiro Anselmo Feleppa, e a mãe, Lesley Angold, no espaço de cinco anos. Os dois morreram de doenças diferentes, mas ambos foram diagnosticados com as mesmas em época do Natal, altura em que o próprio George Michael acabaria por morrer.
Na década de 1990, o sucesso profissional de George Michael contrastou com uma profunda crise a nível pessoal. O Natal de 1991 foi "o mais assustador" da vida do cantor, cujo companheiro esperava pelos resultados de um teste de VIH. George Michael estava em Inglaterra com os pais, que desconheciam a relação, e Anselmo estava em Los Angeles, nos EUA.
"Sentei-me à mesa de Natal sem saber se o meu parceiro, cuja existência as pessoas à mesa desconheciam...sem saber se o homem por quem estava apaixonado tinha uma doença terminal", conta, num excerto do documentário produzido pela estação britânica Channel 4.
Anselmo Feleppa, que George tinha conhecido em 1991 no Rock in Rio - Brasil, só revelaria o resultado por altura do ano novo. O teste deu positivo e o cantor ficou "devastado". Anselmo acabaria por morrer em março de 1993, aos 33 anos.
No ano seguinte, o intérprete de "Careless Whisper" e "Last Christmas" iniciou uma batalha judicial contra a sua editora, a Sony, que mais tarde acabaria por perder. Segundo o músico, "as coisas correram bem durante um período de seis meses", até a mãe ser diagnosticada com um cancro terminal, em dezembro de 1996.
Os médicos permitiram que saísse do hospital e passasse o último Natal junto a família, acabando por morrer em fevereiro de 1997. George Michael ainda não se tinha recomposto da morte do namorado e diz ter reagido mal: "Reagi muito mal, nunca tinha sentido aquele tipo de depressão. Era diferente do luto (...) foi um momento muito negro".
O músico morreu aos 53 anos, a 25 de dezembro de 2016, numa altura em que estava a trabalhar no documentário "George Michael: Freedom", que se estreia em Inglaterra na próxima segunda-feira, dia 23.
