"Violentíssimos tratamentos" para hepatite C fizeram Rui Reininho pensar em suicídio
O cantor Rui Reininho esteve na cerimónia de apresentação do relatório sobre hepatites virais em 2016 e 2017 e partilhou o sofrimento por que passou, desde 1990, ano que lhe foi diagnosticado hepatite C.
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O vocalista da banda GNR marcou presença esta sexta-feira, 28, na cerimónia de apresentação do relatório sobre hepatites virais em 2016 e 2017, e confessou que pensou várias vezes em pôr termo à vida durante os tratamentos que realizou quando soube que estava infetado pelo vírus da hepatite C.
"Fui tentando tratamentos sucessivos desde 1990. Eram tratamentos violentíssimos", afirmou o cantor. O desânimo era tal que várias vezes pensou em "acabar com a vida". Apesar dos tratamentos violentos e das hipóteses de cura "muito reduzidas" da altura, Reininho continuou a cantar e a realizar espetáculos.
Para além desta confissão, o cantor falou também do estigma em volta da infeção. "Como se diz na minha terra, não se apanha isto por ir à missa", comentou, lembrando que muitas das vezes se tenta responsabilizar o doente com os comportamentos que teve.
Vários medicamentos inovadores para a cura da hepatite C chegaram a Portugal em 2014, mas apenas foram tornados disponíveis aos doentes dois anos depois. Rui Reininho chegou a pensar emigrar para obter os medicamentos mais baratos - no Egipto, cada tratamento custava 700 dólares (aproximadamente 595 euros), enquanto em Portugal custava 50 mil euros.
O cantor iniciou o seu tratamento em fevereiro de 2015 e no final desse mesmo ano foi declarado curado, ao fim de uma luta de 26 anos. Reininho diz ainda que tem "orgulho" no país onde vive, uma vez que, atualmente, o tratamento para a hepatite C está disponível a todos os doentes.