
Juan tem 33 anos e já foi considerado o homem mais obeso do mundo
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O mexicano Juan Pedro Franco, de 33 anos, já foi considerado o homem mais obeso do mundo, entrando para o Guiness com 595 quilos. Agora, com menos 220 quilos e uma nova cirurgia marcada, Juan conta a sua história.
Em entrevista à BBC, o mexicano revelou que com apenas 15 anos de idade já pesava 200 quilos e que passou os últimos sete anos da sua vida preso a uma cama por não conseguir ficar de pé com o excesso de peso.
Depois de ter entrado no livro de recordes mundial, Guinness, e ter feito um tratamento que o fez perder 220 quilos num ano, Juan está apostado em perder mais peso para que possa aguentar-se de pé e caminhar sozinho.
Em maio deste ano, realizou uma cirurgia que diminuiu o seu estômago em 80%, o que já lhe possibilita dar alguns passos e ficar de pé, embora apenas por alguns minutos. Juan vai submeter-se agora a um "bypass gástrico".
Segundo os médicos, Juan ficou tão obeso devido a uma alimentação desequilibrada conjugada com um problema da tiroide.
Da infância à adolescência
Juan nasceu em Aguascalientes, no México, mas nos dias de hoje vive em Guadalajara para estar mais próximo dos médicos que o acompanham.
Devido ao excesso de peso que tem, Juan passa os dias sentado numa cama e respira com apoio de oxigénio.
Quando nasceu, Juan pesava 3,5 quilos e, até completar seis anos, ganhava dez quilos por ano.
Aos 15 anos, o jovem já pesava 200 quilos e foi aí que começou a ser vítima de bullying, acabando por não conseguir concluir os estudos. "Não terminei os estudos por causa do bullying, por causa de tudo o que me diziam e me faziam. Tive que sair", disse na entrevista à BBC.
O acidente de carro
O sonho de Juan era ser mecânico ou motorista, mas, com apenas 17 anos, tudo mudou devido a um acidente de carro: ficou acamado durante um ano e meio, período durante o qual aumentou muito de peso.
Cinco anos depois, contava já com mais de 330 quilos e, apesar de ter recorrido a ajuda médica especializada e ginásio, não conseguiu emagrecer. Daí resultaram constantes doenças, entre as quais uma pneumonia que o deixou em coma.
Depois do coma, Juan passou a contar com a sua atual equipa médica. "Agora, estamos em Guadalajara vivendo um sonho", disse.
A família
Os pais de Juan são pessoas muito ativas. O pai reformou-se aos 35 anos devido a uma doença nas pernas, mas continua a trabalhar e embala sacos de doce em casa.
A mãe deixou de trabalhar para cuidar de Juan após o acidente de carro e, neste momento, vende cachecóis feitos por si. Maria passa 24 horas por dia em casa e nunca sai para poder estar sempre perto do filho. Por vezes, Juan ajuda-a a tricotar os cachecóis, algo que o ajuda a aliviar a ansiedade.
Juan vive com os pais e o seu cão, Barbas, em Guadalajara, mas os seus três irmãos ficaram na cidade natal da família. Encontrar uma casa foi difícil: vários senhorios recusaram ao saber do seu estado de saúde.
Perspetivas para o futuro
Depois da primeira cirurgia, Juan passa os dias a tocar viola e a ver televisão, ajuda a mãe a fiar cachecóis e o pai a empacotar os doces. O objetivo é voltar a andar, trabalhar, fazer desporto e cantar no coro da igreja.
Quanto a ter uma relação amorosa, Juan diz à BBC: "Uma mulher... Não sei, porque não posso dar qualidade de vida, nem financeira, então não penso nisso".
Os piores dias já passaram. O facto de chegar a um lugar e não ter sítio para se sentar, de não ter trabalho por terem receio que adoecesse, não ter roupa que lhe servisse. Chegou a encarar muitas depressões. Passava dias na cama, num quarto escuro, para não enfrentar o mundo.
Hoje, apesar de tudo o que enfrentou, Juan é um homem bem-humorado e com vontade de viver e mudar. Isso, segundo os médicos, é o que ajuda a recuperar.
