Joaquim Barreiros, pai do cantor Quim Barreiros, celebra esta sexta-feira 100 anos.
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O filho não cabe em si de felicidade, mima-o com abraços, beijos e beliscões nas bochechas. Em Vila Praia de Âncora, terra adotiva do pai, por casamento (com a primeira mulher que morreu aos 40 anos), organizou uma festa para durar todo o dia, com porco no espeto na ru, missa com o bispo de Viana do Castelo e jantar numa quinta para perto de meio milhar de pessoas.
"Tenho o melhor pai do mundo. Estou feliz. Feliz até por poder partilhar este bocado de felicidade da família Barreiros. Sinto um grande orgulho deste nosso velho pai, que sempre foi nosso amigo", comentou o cantor, abraçado a Joaquim, com quem não pára de brincar. Quando o vê ainda a dedilhar o seu velho acordeão, ri-se: "O meu pai ainda toca na gaita".
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A música marcou a vida de Joaquim Barreiros. Foi com o instrumento que, desde muito novo, animou bailes, festas e romarias do Minho, tocando tangos, valsas e pasodobles. E encaminhou o filho para uma também já longa carreira musical. Quim Barreiros começou a tocar Beatles em atuações ao lado do pai e só depois, já em Lisboa, é que assumiu o estilo que o caracteriza com o seu primeiro sucesso "Quero cheirar teu bacalhau". "É um brincalhão. Está sempre a brincar", comenta o pai.
Joaquim Barreiros nasceu no Brasil em 1919. Filho de emigrantes portugueses, viveu em S. Paulo até aos oito anos. Veio para Portugal, com a mãe professora e os seus três irmãos, depois da morte do pai, que nunca conheceu. Começou na música aos 12 anos em Viana do Castelo e fez parte do conjunto Alegria, durante mais de 50 anos. Casou em Vila Praia de Âncora. Teve quatro filhos: Manuela, Rosa, Joaquim e Cláudio (de uma segunda relação). "Cem anos são muitos anos. Passei a minha vida alegremente de um lado para o outro. Corri muitas terras", frisa.