O primeiro-ministro voltou esta segunda-feira a pedir aos portugueses para não deixarem de acreditar, sublinhando que, por mais que custem os sacrifícios que estão a ser pedidos, o país não pode "mais fechar os olhos aos erros do passado".
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"As dificuldades existem e têm de ser enfrentadas. Mas vale a pena enfrentá-las e ganhar força para as ultrapassar. Trata-se também de uma oportunidade para fazermos as coisas de modo diferente para futuro", lê-se numa mensagem divulgada esta segunda-feira na página do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na rede social Facebook.
Pedindo aos "milhares" de portugueses de todo o Mundo que escreveram nas últimas semanas no seu mural no Facebook para que "não deixem de acreditar", Passos Coelho reconhece que muitos estão assustados com o desafio que o país enfrenta.
"Mas acredito também que, por mais que estes sacrifícios nos custem, sabemos hoje que não podemos mais fechar os olhos aos erros do passado. O momento de reescrever o futuro dos nossos filhos é agora e eu acredito que vamos consegui-lo", acrescenta Passos Coelho.
No primeiro 'post' que coloca no Facebook desde 7 de Agosto, Passos Coelho admite ainda que, "especialmente num momento tão complicado", é-lhe impossível acompanhar todos os comentários que são deixados no seu 'mural', mas garante que a sua equipa faz-lhe chegar muitas das mensagens e que as lê com atenção.
"Considero ser verdadeiramente importante conhecer as histórias e preocupações dos Portugueses reais, de modo a nunca me esquecer que as decisões difíceis que tomo medem-se não só em números e percentagens, mas em vidas e sacrifícios", refere, reconhecendo que desde que anunciou em meados de Outubro as medidas mais duras do Orçamento de Estado para 2012, "muitas têm sido as mensagens de frustração ou desespero".
Passos Coelho transcreve mesmo duas mensagens, uma de Ana Isabel Albergaria que escreveu a pedir a ajuda do primeiro-ministro e "sugestões" de como equilibrar as suas finanças, afirmando-se "desesperada" e sem saber o que fazer para poder continuar a pagar as obrigações ao Estado.
"Era com os subsídios de Natal e férias que eu conseguia equilibrar as finanças, pagar seguros, contribuições, IRS, ou outra despesa extraordinária, como um par de óculos. Já cortei tudo... mas as despesas não essenciais. Tomo banho só uma vez por semana, só acendo uma lâmpada, dispensei a mulher-a-dias, só saio no carro em casos extremos. Não sei mais onde cortar e o dinheiro não chega", lê-se na parte do 'post' de Passos Coelho, onde transcreve a mensagem de Ana Isabel Albergaria.
Passos Coelho cita ainda a mensagem de Richard Warrell, "filho de mãe portuguesa", como exemplo dos "portugueses que acreditam", dos "homens e mulheres inspiradores que não baixam os braços".
"À Ana Isabel, ao Richard e a todos os que aqui escrevem diariamente peço que não deixem de acreditar", pede o primeiro-ministro.