A "tripla" moção de censura do Bloco de Esquerda

Catarina Martina falava em plenário, no período de perguntas dirigidas ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, durante o debate da moção de censura do PS ao Governo.

De acordo com a dirigente máxima do Bloco de Esquerda, além da moção de censura em discussão no hemiciclo, a do PS, o executivo está "em suspenso" face à futura decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado para 2013, depois de o Presidente da República, o Provedor de Justiça e os partidos da oposição terem suscitado a fiscalização sucessiva de várias normas orçamentais.

"Mas o Governo está ainda confrontado com a censura do parceiro de coligação, o CDS, que nem hesita em ir à televisão pedir a substituição de ministros", disse.

Neste ponto, Pedro Passos Coelho disse que o Governo desconhece qual será a decisão a tomar pelo Tribunal Constitucional, não tendo a esse respeito "qualquer informação privilegiada".

"Não sei o que vai decidir [o Tribunal Constitucional] e presumo que a senhora deputada [Catarina Martins] também não sabe", observou o primeiro-ministro.

No plano económico e financeiro, Catarina Martins acusou o Governo de ter "deitado para o caixote do lixo 17 mil milhões de euros dos portugueses - uma destruição colossal".

"O Governo está a sabotar a subida do salário mínimo nacional e está empenhado em sabotar Portugal. O senhor primeiro-ministro serve Portugal ou a 'troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia), serve as pessoas ou a banca?", questionou Catarina Martins.

Passos Coelho rejeitou em absoluto a ideia de que haja qualquer sabotagem da parte do executivo face aos parceiros sociais e referiu-se indiretamente à questão do salário mínimo.

"O grande objetivo do Governo é evitar que o desemprego ainda se agrave mais em Portugal", frisou.