O CDS-PP considera que a abstenção e os votos nulos e brancos aumentam "a responsabilidade" de lhes saber dar uma "resposta política na governação", até porque são eleitores que "não identificaram nenhuma alternativa", comunicou o porta-voz centrista.
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O CDS-PP reuniu, sexta-feira à noite, o Conselho Nacional, o órgão máximo entre congressos, para analisar os resultados das eleições autárquicas de 29 de setembro e marcar o XXV Congresso, que se realizará a 11 e 12 de janeiro de 2014, em local a determinar.
Segundo o porta-voz do CDS-PP, João Almeida, "uma análise muito importante que se fez tem a ver com a abstenção, os votos brancos e nulos".
"O CDS não deixou de analisar esse facto, que é um dos factos muito relevantes das últimas eleições autárquicas e, dando atenção a esse fenómeno, registou que, na esmagadora maioria dos casos, é indiscutível que nessa abstenção, nesses votos brancos e votos nulos estão eleitores tradicionais dos dois partidos que estão no Governo neste momento, e que haverá aí uma penalização destes partidos", sustentou.
Contudo, "também se registou que, ao optarem pela abstenção, pelos votos brancos e pelos votos nulos, esses eleitores não identificaram nenhuma alternativa como suficientemente credível para substituírem o seu voto nos partidos da coligação por voto noutros partidos", defendeu.
"Isso aumenta a responsabilidade do Governo, aumenta a responsabilidade da maioria e aqui, concretamente, aumenta a responsabilidade do CDS, de saber interpretar esse sinal, e de saber dar resposta política na governação a essa posição que os eleitores manifestaram nas eleições autárquicas", argumentou.
As eleições de 29 de setembro registaram uma taxa de abstenção de 47,4 %, a mais alta de sempre em autárquicas, confirmando uma tendência crescente desde o escrutínio autárquico de 1982.
O CDS-PP aumentou de uma para cinco as presidências das autarquias, tendo crescido globalmente a sua "implantação autárquica" em número de mandatos, apontou João Almeida sobre a análise realizada.
De acordo com o porta-voz centrista, houve também "solidariedade em termos de resultados de coligação" nessa análise dos resultados.
"As coligações ganharam eleições muito importantes como seja o caso de Braga ou da Guarda, mas onde também perderam eleições. Foi reiterado aquilo que tinha sido dito, que a avaliação que fazemos é que onde ganhamos, ganhamos todos, e onde perdemos, também perdemos todos", declarou.
O CDS-PP ganhou as Câmaras de Albergaria-a-Velha, Vale de Cambra, Velas e Santana, além da autarquia de Ponte de Lima, a que já presidia.