O Movimento Democracia Verdadeira Já, que se tem manifestado no Rossio, em Lisboa, repudiou a intervenção policial de hoje, que levou à detenção de três pessoas, e propôs a realização de uma acção de protesto no dia 19.
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Depois da carga policial registada esta tarde, na qual três pessoas foram detidas, o movimento apartidário voltou a reunir-se no Rossio numa assembleia popular.
Nela foram apresentados um manifesto - "O Primeiro Manifesto do Rossio" - um protesto, marcado para dia 19 em consonância com acções noutros países, e a realização semanal de outras reuniões públicas no Rossio.
Na assembleia popular deste sábado, que reuniu cerca de duzentas pessoas, foram feitas duras críticas à intervenção policial, em que as forças de segurança carregaram sobre alguns dos ativistas que permaneciam na Praça do Rossio há cerca de duas semanas.
"O espaço público está a ser privatizado, temos o direito ao espaço público, estamos contra a brutalidade policial", disse Otávio Raposo, um dos ativistas presentes na assembleia.
Outro dos participantes referiu que a manifestação do dia 19 ganha uma carga simbólica por causa da "repressão policial de hoje".
De acordo com a advogada Luísa Acabado, das três pessoas detidas duas foram constituídas arguidas com termo de identidade e residência e terão que se apresentar na segunda-feira em tribunal por "alegadamente terem obstruído a intervenção policial".
A terceira pessoa detida apenas foi identificada. O manifesto hoje apresentado, lido por uma ativista através de um iPhone, defende que a "democracia real não existe enquanto houver uma ditadura financeira". "Estamos unidos pela indignação pela situação política sufocante" e "as ruas são nossas" foram dois apelos deixados hoje. O Movimento Democracia Verdadeira Já protesta contra a qualidade da democracia, as condições de vida e a precariedade, pedindo novas políticas e mais reflexão aos portugueses.