Alberto João Jardim diz que não convidou Passos Coelho para visitar a região e que o PSD nacional não tem nada a ver com o PSD Madeira. Quanto à ausência do líder do partido na campanha eleitoral, se isso acontecesse, "seria a primeira vez".
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"É preciso que esta situação fique esclarecida. O sr. primeiro-ministro, na qualidade de líder do PSD, nunca foi convidado para vir à Madeira. Ele é que nos informou que tinha colocado na sua agenda a possibilidade de vir à Madeira", disse Alberto João Jardim em declarações à RTP.
O líder do PSD-Madeira acrescentou que aceita e é "o primeiro a aceitar a opção dele [Passos Coelho] como primeiro-ministro", de não estar a seu lado na campanha para as eleições regionais de 9 de Outubro.
"Não aquece nem arrefece porque, se forem ver a história das eleições regionais, nunca veio ninguém de Lisboa às eleições regionais. Ia ser a primeira vez", recordou o líder social-democrata na Madeira.
O presidente do governo regional disse ainda que não tem "qualquer confiança política em nenhum presidente do PSD nacional" e que "o partido é autónomo" na Madeira.
"Tem congresso próprio e é o partido aqui na Madeira que elege os seus órgãos e candidatos. O PSD nacional não tem nada a ver com o que se passa no PSD da Madeira", argumentou.
Pecado foi querer atingir a qualidade de vida da Europa
No jantar-comício desta terça-feira à noite, o cabeça da lista social-democrata às eleições legislativas regionais de 9 de Outubro reuniu mais de um milhar de pessoas no Madeira Tecnopólo.
"O pecado da Madeira foi pegar na sua autonomia e entender que devia rapidamente alcançar a qualidade de vida na Europa. Para alcançar a qualidade de vida da Europa foi preciso investir", justificou.
E insistindo, sublinhou: "O nosso pecado foi recusarmo-nos a render e foi fazer andar para a frente. Não mandar ninguém para o desemprego da nossa responsabilidade. Fizemos dívida, sim senhor, mas agora vamos encarar a dívida. Quando Portugal regularizar a sua situação, nós também somos Portugal e temos o direito de ver regularizada a nossa situação".
Em alusão ao passado, declarou: "Custou dinheiro, é verdade, mas eu não tenho culpa que outros estejam muito mais endividados do que nós (...). Parece impossível que essa gente se atreva a falar da gota de água, mas essa gota de água tem activos, tem património e tem valores. Nos outros lados gastou-se o dinheiro e não há activos e não há património".
Para Alberto João Jardim, "todas as mentiras que andam a dizer por aí fora são selvajarias, são desonestidades para comprometer o PSD" mas, vaticinou, o partido vai obter mais uma maioria absoluta a 09 de Outubro.