Autarca acusa deputados do PSD de fazer "política de galinheiro" sobre fecho de escola
O presidente da Câmara de Ponte de Barca acusou, segunda-feira, os deputados do PSD eleitos por Viana do Castelo de fomentarem uma "política de galinheiro" quando afirmaram que o município escondeu o encerramento de uma escola.
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"Contrariamente àquilo que os deputado do PSD vieram dizer, a Câmara não sabia desde Agosto do encerramento da Escola Básica de Lavradas. Já o sabia desde 2005, quando a Carta Educativa foi aprovada", explicou, segunda-feira, Vassalo Abreu (PS) à Agência Lusa.
Os três deputados do PSD eleitos por Viana do Castelo lançaram recentemente várias críticas ao processo de encerramento daquela escola.
Em nota enviada à Lusa, os deputados acusavam a autarquia socialista de ter fomentado as dúvidas, ao não revelar o entendimento alcançado para o encerramento da escola, gerando confusão no arranque do ano lectivo.
"A Câmara Municipal sabia e nada disse. Escondeu aos interessados, nomeadamente à Junta de Freguesia, ao Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca e à população em geral, numa atitude política e cívica inqualificável", criticam os deputados do PSD.
Acrescentavam que "em política não vale tudo, nem é aceitável semear a confusão no espírito das pessoas, com o único objectivo de tentar retirar alguns dividendos políticos".
A reacção a estas acusações surgiu hoje, no final da habitual reunião do executivo municipal: "São deputados de quinta linha que deviam saber ter o direito, se assim o entenderem, de pedir qualquer informação. O que estão a fazer é uma verdadeira política de capoeira", afirmou ainda Vassalo Abreu.
A Carta Educativa de Ponte da Barca prevê desde 2005 o encerramento de todas as escolas básicas do concelho, substituídas por três centros escolares. Contudo, na recente listagem do Ministério da Educação das escolas a encerrar este ano letivo, a de Lavradas não era uma das mencionadas.
"Toda a gente estava convencida que estas medidas eram apenas para as escolas com menos de 10 alunos. A nossa tem 26 crianças na pré-primária e 24 no primeiro ciclo, e está bem conservada. Quando o ministério não nos incluiu na lista, ficámos com a convicção que era para continuar", explicou Lino Ventura, presidente da Junta de Lavradas (PSD).
Vassalo Abreu contrapõe: "Como é possível existirem tantas dúvidas, se esta Carta Educativa foi aprovada também com o voto do presidente da Junta de Lavradas? Como se pode depois dizer que não se sabia?".
"Eu é que posso dizer que em política não vale tudo, nem é aceitável semear este confusão no espírito da pessoas. Pelo menos, podiam ter alguma coerência tendo em conta que o PSD em Ponte da Barca aprovou a Carta Educativa e em Lisboa os deputados parece que são contra", rematou o autarca socialista.