O Bloco de Esquerda acusou, este sábado, a ministra das Finanças de repetir "propaganda do fascismo" ao dizer que Portugal tem "os cofres cheios", advogando que existe "uma dívida gigantesca com o país" e às vítimas da austeridade.
Corpo do artigo
As posições da porta-voz bloquista, Catarina Martins, foram assumidas no discurso de encerramento do comício "Unidos contra a austeridade", promovido pelo BE no Fórum Lisboa, após intervenções da eurodeputada bloquista Marisa Matias e de Rafael Mayoral e Costas Zachariadis, respetivamente dirigentes do partido espanhol Podemos e do Syriza, da Grécia.
A líder do BE criticou as declarações de Maria Luís Albuquerque, que "não podem passar em claro", considerando que fazem lembrar uma altura em que no país "se gabavam os cofres cheios, quando o povo estava na miséria".
Neste contexto, Catarina Martins alegou não existir "nada mais repugnante" do que "repetir a propaganda do tempo do fascismo".
"É preciso perguntar, temos cofres cheios de quê? Sejamos claros, os cofres cheios de Maria Luís Albuquerque são cofres cheios de dívida, porque a política de austeridade que empobreceu o país fez a dívida pública disparar até 130 por cento do PIB", afirmou.
Como eixos prioritários, a bloquista apontou a reconstrução de direitos do trabalho, do Estado social, de setores estratégicos da economia e o combate à corrupção.
"Fazemos esse caminho e assumimos todas as responsabilidades, sabemos do momento diferente que estamos a viver", disse.
A líder do BE referiu-se ainda aos problemas do sistema informático do setor da Justiça, na abertura do ano letivo, nas contribuições de Passos Coelho à Segurança Social e na lista de contribuintes especiais para acusar o Governo de nunca assumir responsabilidades políticas.
"O Citius paralisou, o problema foram os técnicos, o Governo não sabia de nada, sobre o ano letivo não conhecia, não havia nenhum problema no ministério, acha-se que foi um problema informático, Pedro Passos Coelho não pagou as contribuições para a Segurança Social mas não tinha culpa, Pedro Mota Soares veio logo dizer que foi responsabilidade dos serviços e agora temos duas demissões nas finanças por causa de uma lista que não existia", ironizou.
"Não só não acabou a impunidade como esta era da desfaçatez mostra o total descalabro de um Governo que não é capaz de assumir a mínima responsabilidade política e quem não tem a mínima responsabilidade política não tem condições políticas para estar à frente de um país", acrescentou.