O líder parlamentar do BE reiterou a abertura dos bloquistas para o "espaço governativo", mas recusou um entendimento governativo com o PS enquanto os socialistas não rompam com o memorando da troika e austeridade.
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Pedro Filipe Soares falava a propósito das declarações do antigo Presidente da República Mário Soares, que defendeu, em entrevista à Antena Um, um entendimento entre o PS e o BE.
"Qualquer compromisso é em torno de políticas. Tem que existir política para lá da austeridade e respostas às pessoas que não sejam mais sacrifícios, por isso, romper com o memorando da 'troika'. A dívida deve ser renegociada nos juros, prazos e montantes", afirmou Pedro Filipe Soares.
O líder parlamentar sublinhou que, na última Convenção, o Bloco assumiu o objetivo de integrar uma solução governativa.
"Defendemos que o espaço da governação é o espaço de responder às necessidades das pessoas. Se o PS achar que está bem com estas premissas, nós teremos todo o gosto em debatê-las, agora, parece-me que o Partido Socialista disse muito recentemente que não eram estas as premissas que tinha", argumentou.
Segundo Pedro Filipe Soares, o PS demonstrou que "dava a mão à troika, continuava a caminhar de braço dado com a austeridade e nem sequer tocava neste saque fiscal que existe em cima da mesa".
"Ora, isso coloca uma posição que está muito mais próxima daquela que é a manutenção do que existe atualmente, do que qualquer transformação da sociedade", declarou.
Mário Soares afirmou que "é possível um entendimento bastante grande [dos socialistas] com o Bloco de Esquerda", porque este último partido "está numa situação de muita clareza".