BE critica apelo do Presidente a acordo em torno da assistência financeira e elogia Sampaio
O líder parlamentar do BE, José Manuel Pureza, considerou, segunda-feira, que o fundamental do discurso do Presidente da República foi o apelo ao entendimento em torno da assistência financeira, solução que os bloquistas criticam.
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Só o discurso do ex-Chefe de Estado Jorge Sampaio mereceu do Bloco considerações positivas, à semelhança da análise feita pelo líder da central sindical CGTP-IN, Carvalho da Silva.
"Do discurso do Presidente da República ressalta, acima de tudo, o facto de ele ter instado os partidos a aliarem-se em torno do acordo que venha a ser feito com a troika. Quer-nos parecer que isso, de alguma maneira, menorizou tudo mais", afirmou José Manuel Pureza, referindo a "posição crítica" do BE face a esse acordo.
O líder parlamentar bloquista falava aos jornalistas após a cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril, no Palácio de Belém, em Lisboa, em que intervieram, além do Presidente Cavaco Silva, os antigos chefes de Estado Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes.
"O principal recado que eu encontrei nestas quatro alocuções, foi do doutor Jorge Sampaio, ao dizer que não pudemos combater doenças novas com receitas antigas", disse.
O BE, argumentou, teme que esteja em curso um acordo para uma "fórmula recessiva que vai condenar de novo o país a um ciclo de mais pobreza, de maior injustiça".
"Por isso levo muito a serio este recado do doutor Jorge Sampaio", insistiu.
Relativamente ao apelo do Presidente de haver menos agressividade na campanha eleitoral, Pureza respondeu que, "se por agressividade se entende pequenas querelas de natureza pessoal", o Bloco está "totalmente disposto a ir ao encontro dessa convocação".
"Agora, não se entenda por agressividade o confronto entre propostas políticas de maneira clara", ressalvou.