A deputada do BE Mariana Mortágua defendeu que não há qualquer dado positivo nos resultados da execução orçamental hoje divulgados, destacando que o défice e a dívida estão piores que em 2011 apesar da austeridade.
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"Não há nenhum dado positivo a reter. Como é que é possível retirar alguma consequência positiva, alguma avaliação positiva, de 14 mil milhões de austeridade que provocam o aumento do défice e o aumento da dívida? A dívida aumentou desde 2011 mais do dobro do que a própria austeridade", sublinhou a deputada, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
A deputada do BE destacou que o Governo PSD/CDS-PP impôs, desde 2011, um total de 14 mil milhões de euros de austeridade em "mais impostos, menos salários e menos pensões".
"No mesmo período, o défice está 800 milhões de euros mais alto e a dívida está 30 mil milhões mais alta", acrescentou, observando que é a dívida mais alta "desde que há registo, em 1880", disse.
Apesar disso, acrescentou, "os dados da pobreza são os piores dos últimos anos, o desemprego está pior que em 2011, produz-se menos que em 2011, temos mais emigração que em 2011".
"Os dados muito claros, mais austeridade mas ao mesmo tempo mais défice e mais dívida. Os sacrifícios que os portugueses fizeram não têm outro resultado que não o empobrecimento generalizado do país", considerou.
Para a deputada bloquista, a razão pela qual o Governo não quer reestruturar a dívida "é porque se o fizesse perdia a sua arma de chantagem", para "conseguir mais políticas der austeridade, mais pobreza e menos direitos".
O INE divulgou que o défice orçamental se fixou em 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, ascendendo aos 8.121,7 milhões de euros, ficando abaixo do valor inscrito no Orçamento do Estado para 2014, que apontava para um défice de 5,9% em 2013.
O défice ficou também abaixo da meta com que Portugal se comprometeu com a troika - composta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) - de 5,5% para o conjunto de 2013.