O Bloco de Esquerda defendeu que a substituição de Miguel Relvas por Marques Guedes e Miguel Poiares Maduro mostra um Governo "a agir em círculo fechado", que não é capaz de dar ao país um sinal de que "alguma coisa vai mudar".
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"Passámos uma semana para que o resultado seja este? No fundo, o Governo está a agir em círculo fechado, a ir buscar o seu secretário de Estado para substituir Miguel Relvas. Isto não é a solução para os problemas que o país atravessa", afirmou a deputada do BE Helena Pinto.
Falando aos jornalistas no parlamento, Helena Pinto defendeu que ficou demonstrado que "o Governo não tem soluções, está fechado sobre si mesmo, não encontra as respostas para a crise profunda que o país atravessa, e, de facto, a remodelação devia ser bem profunda e devia levar à demissão do Governo e à convocação de eleição antecipadas".
"É um Governo sem alternativas e sem conseguir dar um sinal ao país de que alguma coisa vai mudar. O sinal que temos é que tudo vai ficar na mesma ou ainda pior", afirmou.
Sobre Miguel Poiares Maduro, a deputada bloquista afirmou: "Vem da Europa, não sabemos muito mais do que isso, iremos ver o que acontece".
"Mas isto não corresponde à expectativa criada durante uma semana inteira", declarou.
O professor universitário de direito Miguel Poiares Maduro vai ser ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional e o atual secretário de Estado Luís Marques Guedes ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, em substituição de Miguel Relvas.
De acordo com fonte do gabinete do primeiro-ministro, estes dois nomes foram hoje propostos por Pedro Passos Coelho ao Presidente da República, e aceites por Cavaco Silva, na sequência da demissão de Miguel Relvas do cargo de ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, há uma semana.
Miguel Poiares Maduro terá a seu cargo a tutela da comunicação social, do desenvolvimento regional e das autarquias locais, enquanto Luís Marques Guedes terá a tutela da Presidência do Conselho de Ministros, dos assuntos parlamentares e da juventude e do desporto, adiantou a mesma fonte.
A demissão de Miguel Relvas do cargo de ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares aconteceu há uma semana, na quinta-feira dia 4 de abril, tendo sido anunciada ao início da tarde pelo gabinete do primeiro-ministro e justificada depois pelo próprio com falta de "condições anímicas" para continuar no Governo.