O Bloco de Esquerda exigiu que a ministra da Saúde esclareça se concorda que os homossexuais estejam impedidos de dar sangue e se subscreve as posições do presidente do Instituto Português do Sangue (IPS).
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"A senhora ministra da Saúde que todos os dias fala sobre a gripe A deverá ter um minuto para falar sobre este caso de clara discriminação", declarou o deputado do Bloco de Esquerda João Semedo.
João Semedo entregou hoje, quarta-feira, na Assembleia da República um requerimento, no qual se "exige" a Ana Jorge "que rompa o silêncio a que se remeteu" sobre o caso de uma mulher, que se declarou homossexual, de ter sido impedida de dar sangue no Hospital de Santo António, no Porto.
O Bloco de Esquerda quer saber se a ministra da Saúde aceita a posição do presidente do IPS, Gabriel Olim, que terá confirmado que os homossexuais masculinos estão proibidos de dar sangue, tenham ou não comportamentos sexuais de risco.
"O que não se conhece, nem sabe - o que não pode deixar de causar toda a estranheza - é o que pensa a ministra da Saúde, que permanece no mais completo silêncio sobre este assunto, fazendo admitir que subscreve a posição divulgada pelo seu gabinete e a posição discriminatória e homofóbica do presidente do IPS", refere o requerimento do Bloco de Esquerda.
Neste ponto, João Semedo acrescenta que essa posição discriminatória face aos homossexuais "não é compatível com o estatuto de médica" da ministra Ana Jorge.
O Bloco de Esquerda questiona também Ana Jorge como explica que uma mulher tenha sido excluída de dar sangue no Hospital de Santo António e, no caso de discordar do presidente da IPS, se o vai manter em funções, "apesar da sua continuada prática discriminatória e homofóbica e da ignorância técnica e científica relevada".