O coordenador nacional do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, considerou que o primeiro-ministro, José Sócrates, apresentou no congresso do PS "uma gigantesca encenação" e acusou os socialistas de "insistirem em atacar Portugal".
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Para o líder bloquista, ao longo dos três dias que durou o congresso socialista o secretário-geral do PS e primeiro-ministro não apresentou "uma única ideia, uma única proposta para a solução dos problemas do país".
"As ideias são as velhas ideias da recessão, as gastas ideias da austeridade, do desemprego, da precariedade ou da redução do valor dos salários. A proposta é uma gigantesca encenação, como se o país não tivesse de mudar as suas orientações e políticas", afirmou Louçã, na apresentação das conclusões de uma reunião da mesa nacional do BE, que decorreu, este domingo, em Lisboa.
Na opinião do dirigente nacional do Bloco, para "defender Portugal" - o lema do congresso socialista - "não basta agitar bandeiras portuguesas".
"É preciso defender os desempregados - 800 mil, os precários - mais de um milhão, os pobres - dois milhões. É preciso compromisso e responsabilidade por uma economia que se preocupa com as pessoas. Nenhuma encenação substitui o esforço do compromisso, da resposta, da mobilização, da transformação das soluções", defendeu.
Para Francisco Louçã, "o lema do congresso do PS é uma fraude social, porque insiste em atacar Portugal".
"O calculismo revelado por José Sócrates é diminuir as pensões para poder utilizar esses recursos para um BPN 2, 3 ou 4, no sistema financeiro que nos trouxe até esta ruína. Tirar o tapete aos portugueses é insistir num PEC 4 que se traduz na recessão que destrói a economia e a vida de tantas pessoas", sustentou.
Para Louçã, "acabou o tempo de encenação e da fantasia, em que só nos oferecem a indignidade do silêncio perante a imposição do Fundo Monetário Internacional".