O BE acusou, esta quinta-feira, o primeiro-ministro de "esconder" a ministra das Finanças ao indicar Paulo Macedo para representar o Governo e, com Paulo Portas, tornar "o país refém de um jogo de cadeiras e ambições pessoais e partidárias".
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"Pedro Passos Coelho e Paulo Portas conseguiram, em menos de quatro dias, o que parecia impossível, redimir a imagem do Governo de Santana Lopes", afirmou a coordenadora bloquista, Catarina Martins.
Catarina Martins falava no Parlamento, na abertura de uma interpelação agendada pela bancada do BE sobre "A insustentabilidade da dívida pública e a política de austeridade".
Na bancada do Governo estão presentes o ministro da Saúde, Paulo Macedo, a quem cabe a representação do executivo PSD/CDS-PP, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, e os secretários de Estado Teresa Morais (Assuntos Parlamentares e Igualdade), Marco António Costa (Segurança Social), Manuel Rodrigues (Finanças) e Carlos Moedas (Adjunto do primeiro-ministro).
"O debate de hoje é o epílogo de um momento caricato da nossa vida política, temos uma interpelação no Parlamento sobre a insustentabilidade da dívida pública e quem representa o Governo é o ministro da Saúde", ironizou Catarina Martins.
A coordenadora do BE referiu que "nestes dias de profunda instabilidade e irresponsabilidade" ninguém "sabe quem é o Governo, quem é ministro, quem tutela o quê".
"Para esta tarde, o primeiro-ministro ainda em funções decidiu que Paulo Macedo é ministro das Finanças, embora há dois dias tenha empossado uma outra ministra, a senhora 'swap', que hoje prefere esconder", acrescentou.
Num discurso muito focado nas críticas aos presidentes do PSD e do CDS, a deputada bloquista acusou "os mesmos que impuseram todos os sacrifícios possíveis e imaginários" de mostrarem "em direto e ao minuto o quanto se preocupam com o destino do país e dos portugueses": "Menos de zero".
"A irresponsabilidade que tomou conta do PSD e do CDS, tornando o Governo e o país reféns de um jogo de cadeiras e ambições pessoais e partidárias, é o reverso do estrondoso falhanço da política de austeridade", afirmou.
A coordenadora da Comissão Política do BE defendeu ainda que na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro foi desautorizado pelo ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares.
"Disse hoje Marques Guedes na conferência do Conselho de Ministros que 'a estabilidade política é um bem e uma necessidade absoluta para o país'. Nunca antes se tinha visto um ministro criticar com esta virulência o primeiro-ministro do seu Governo", afirmou a bloquista.
"Aqueles que mais proclamam a necessidade de estabilidade são quem cria a instabilidade máxima", acusou.