O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, entregou, esta terça-feira, na Procuradoria-Geral da República uma queixa contra o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, por este ter alegadamente mentido no Parlamento.
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João Semedo irá fazer, às 11.30 horas, uma conferência de imprensa sobre este assunto, na Assembleia da República, em Lisboa, remetendo todos os esclarecimentos para essa altura.
Contactada pela Lusa, fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que Rui Machete não comenta esta notícia, que está a ser avançada pela Agência à Lusa, citando fonte do partido.
O BE já tinha feito saber que estava disposto a avançar sozinho com uma queixa para a Procuradoria-Geral da República (PGR), depois de a maioria PSD/CDS-PP ter chumbado o projeto de deliberação do BE para participar à PGR a alegada "mentira" de Rui Machete ao parlamento, no âmbito da sua ligação ao caso BPN.
Em causa estão as afirmações de Rui Machete em 2008 numa carta dirigida ao líder parlamentar do BE à época, Luís Fazenda, no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao BPN, declarando que nunca possuiu ações da (SLN).
Machete admitiu, depois de o semanário Expresso ter noticiado a existência da carta, que cometeu uma "incorreção factual" ao escrever, na carta de 2008, nunca ter tido ações da SLN, mas disse não haver qualquer intenção de o ocultar.
A queixa do BE acontece no dia em que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, esclarece no parlamento sobre o "erro involuntário" que disse ter cometido quando referiu nunca ter sido acionista da SLN e também o caso do "pedido de desculpas" a Angola.
A polémica que envolve o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros relativa às referências que fez sobre a posse de ações da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) acabou, no entanto, por passar para segundo plano.
Um novo caso envolvendo o ministro Rui Machete foi suscitado com as declarações que fez à Rádio Nacional de Angola, afirmando que fez um "pedido de desculpas diplomáticas" a Luanda por investigações criminais de Portugal a cidadãos angolanos.
Os deputados deverão questionar o ministro dos Negócios Estrangeiros sobre este recente incidente, que mereceu de toda a oposição um veemente pedido de demissão.