Bombeiros querem saber se Ministério da Saúde vai continuar a financiar transporte de doentes em ambulâncias
A Liga dos Bombeiros Portugueses quer saber se o Ministério da Saúde vai continuar a financiar o transporte de doentes em ambulâncias, propondo uma reavaliação global desta actividade.
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Os bombeiros têm que ter um "conhecimento antecipado da evolução previsível" do transporte de doentes no quadro das medidas de contenção do Ministério da Saúde (MS), disse à agência Lusa o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
Segundo Duarte Caldeira, o MS recorreu, nos últimos 20 anos, aos bombeiros para garantir uma "parte substancial" do direito ao transporte de doentes, tendo as instituições se dotado de equipamentos, recursos e meios humanos.
No entanto, tem-se verificado uma "redução significativa" do número de transportes solicitados aos bombeiros sem qualquer anúncio, adiantou.
"Queremos perceber se estamos perante uma situação meramente conjuntural, que não resulta de uma alteração de substância, ou se estamos na presença de uma reformulação ao direito de transporte de doentes", afirmou Duarte Caldeira, acrescentando que esta resposta não pode ser adiada.
Nesse sentido, a LBP pediu ao Ministério da Saúde para que seja feita uma reavaliação da actividade do transporte de doentes.
De acordo com o mesmo responsável, essa reavaliação tem que ser feita em conjunto com os bombeiros.
O presidente da LBP sustentou que os bombeiros querem saber se o MS pretende pôr fim ao transporte de doentes em ambulâncias, tendo em conta as medidas de austeridade.
A LBP quer obter esta resposta na próxima reunião que vai manter com o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, a 19 de Outubro.
No encontro da próxima semana, a LBP quer também que o secretário de Estado tenha uma resposta para a dívida, que ascende a mais de 20 milhões de euros, dos hospitais aos corpos de bombeiros relativa ao transporte de doentes.
Duarte Caldeira sublinhou que o problema da dívida tem que ser resolvido de imediato, enquanto a questão sobre o futuro do financiamento do transporte de doentes merece um tratamento a médio prazo.
Além da dívida de 20 milhões de euros dos hospitais, o INEM também não paga aos bombeiros desde maio, montante que a LBP ainda não apurou.
Duarte Caldeira adiantou, no entanto, que a dívida do INEM aos corpos dos bombeiros está em vias de ser resolvida.