<p>Com uma corda. Era este o método utilizado por Marieta Benito, há cerca de 30 anos, para não perder na habitual multidão dos festejos do PCP, então no Jamor como no Alto da Ajuda, os dois filhos: Susana e Ricardo. </p>
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"Podem achar-me louca, mas era um sistema fantástico. Atava--os a mim, sabendo sempre por onde andavam e não tinha a ansiedade que via noutros pais, que de vez em quando faziam apelos nos recintos", explicou, ontem, a militante comunista, na Quinta da Atalaia, na Amora, durante os últimos preparativos para o arranque do evento. "Nunca deixei de vir e tudo o que houver para fazer eu faço", acrescenta.
A corda desapareceu entretanto e a família de Marieta já vai na sua quarta geração de participantes, sendo Gonçalo Pires, o neto de 10 anos, o mais novo nestas andanças vermelhas. "Acho que cheguei há dois dias [a avó corrige e diz que ele já chegou na sexta-feira passada] e o meu trabalho foi pintar as casas de banho. Nos tempos livres, jogo à bola", refere o pequeno, cuja família, apesar de oriunda de Vila Franca de Xira, ajudou na construção do pavilhão de Vila Real.
Mais que os ideais comunistas, verdade seja dita que o bronzeado - esse sim - é o grande testemunho partilhado na Festa do Avante!. Responsável pela oferta gastronómica no pavilhão de Matosinhos, Francisco Carvalho era o melhor exemplo. "Isto é melhor que umas férias no Algarve", defende, enquanto planeia o menu a confeccionar. "Temos a melhor sardinha da festa", publicita junto à bancada, que em termos de criatividade apenas é batida pela de Vila Nova de Gaia (com enormes cravos gigantescos feitos de madeira).
"Começamos a preparar a festa cada vez que termina uma. Há uma enorme logística", salientou Belmiro Magalhães, com 27 anos, que dirige a representação distrital do Porto. No ponto oposto, o pavilhão da Madeira, com os seus 157 comunistas - na maioria jovens -, que custearam do próprio bolso as passagens aéreas, e os famosos bolo do Caco e a poncha. "Ser-se comunista na Madeira não é fácil, mas estamos cá para mostrar que vale a pena lutar", garantiu Ricardo Louro.