O líder da CGTP, Carvalho da Silva, anunciou, este domingo, uma manifestação nacional, no Porto e em Lisboa, para o próximo dia 19 de Maio. "Outro mundo é possível", declarou no comício da intersindical, na Alameda Afonso Henriques, para celebrar o Dia do Trabalhador.
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A manifestação anunciada por Carvalho da Silva visa protestar contra "as ingerências da União Europeia e do FMI" em Portugal.
"É uma forma de evitar que o país continue a cair no buraco em que se encontra", disse o dirigente sindical, durante o comício que juntou milhares de pessoas em Lisboa.
Mas Carvalho da Silva deixou ainda "dois fortes alertas" à plateia que o ouvia na Alameda D. Afonso Henriques e ao país: "Será que está em preparação uma revisão da Constituição da República tipo golpe de Estado?", questionou, apelando aos partidos para clarificarem as suas posições "sobre esta importantíssima questão" durante a campanha eleitoral.
Avançou, por outro lado, que os programas dos partidos que se comprometem com as medidas da União Europeia/FMI não podem deixar de, de forma clara, apresentarem aos portugueses esse compromisso. "Escondê-lo significará uma burla aos portugueses e um atentado à democracia".
Ao som de palavras de ordem como "Não queremos aqui o FMI" ou "Maio está na rua, a luta continua", trabalhadores de todos os sectores de atividade, dos distritos de Lisboa e Setúbal, mostraram o seu descontentamento pela actual situação social e económica do país.
As duas centrais sindicais -- CGTP e UGT - comemoraram o Dia do Trabalhador com percursos diferentes para os respectivos desfiles do 1.º de Maio, mas os lemas e os objectivos das manifestações pouco diferiram.