O ex-secretário geral da CGTP Carvalho da Silva assumiu este terça-feira que assinou um manifesto apelar para a reestruturação da dívida pública por considerar que é a alternativa possível para a resolução dos problemas do país.
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"Não basta constatar que isto não tem saída, é preciso alternativas e a reestruturação da divida, que pode ter interpretações várias em diversos quadrantes da sociedade portuguesa, é um processo que tem de ser encetado com muita responsabilidade", afirmou Carvalho da Silva em declarações à Lusa.
Carvalho da Silva é uma das 70 personalidades da política de esquerda e de direita que assinou o manifesto, noticiado pelo jornal "Público", que juntou o seu nome aos dos ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, João Cravinho, Francisco Louçã, António Saraiva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser "um apelo de cidadãos para cidadãos".
De acordo com o antigo sindicalista, a razão fundamental pela qual assinou o documento foi a conclusão de que a "divida não é pagável", explicando que as políticas que estão a ser realizas em nome dos compromissos assumidos pelo Governo com a 'troika' de assistência financeira colocam a dívida "cada vez maior" e Portugal "com menos condições de algum dia a pagar".
"Muito mais grave que isso é condenar a esmagadora maioria dos portugueses a um empobrecimento sem fim", frisou ainda.
Para Carvalho da Silva não se deve insistir numa receita "quando se sabe que esta não resolve", adiantando ser significativo o facto do Presidente da Republica ter vindo "dizer formalmente aquilo que muita gente anda a dizer: que estamos condenados".
"Não podemos ficar por essa constatação, isso é submeter os portugueses a não terem o direito de construir o futuro", sublinhou o responsável, avançando que não se pode insistir em algo que não tem solução.