Cavaco diz ser "prematura" qualquer discussão sobre reposição subsídios só em 2015

Cavaco Silva
Lisa Soares / Global Imagens
O Presidente da República considerou, esta terça-feira, "prematura" qualquer discussão neste momento sobre a reposição dos subsídios de Natal e de férias dos funcionários públicos e pensionistas, escusando-se a pronunciar-se sobre a possibilidade de isso só acontecer em 2015.
"É discussão que faz pouco sentido neste momento, porque é prematuro estar a pensar naquilo que pode acontecer no ano 2014 ou 2015, quando a situação económica e financeira do país em 2014 ou 2015 vai depender de múltiplas variáveis, algumas variáveis externas não controladas por nós", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas no final da inauguração da nova sede da Microsoft em Portugal.
Questionado sobre o que pensa enquanto economista da possibilidade dos subsídios só serem repostos gradualmente a partir de 2015, Cavaco Silva escusou-se a responder.
"Não devo pronunciar-me como economista. Devo aguardar em 2014 e 2015 o orçamento que me vai ser proposto pela Assembleia da República", disse.
"Parece-me completamente inoportuno discutir aquilo que pode ou não acontecer", insistiu, reiterando que "não se acrescenta nada com a discussão prematura" sobre o que será a situação do país dentro de dois ou três anos.
O chefe de Estado reconheceu, contudo, que a situação de Portugal neste momento "é difícil", reiterando que, acima de todo, a atenção deve estar concentrada no "drama maior" do país, que é o desemprego, em particular o desemprego dos jovens, no desemprego de longa duração e na situação naqueles que estando desempregados já perderam o direito a apoios sociais.
"Aí sim é que deve estar toda a nossa preocupação neste momento", sublinhou, considerando que o combate ao desemprego "é muito mais importante do que estar a especular sobre cenários do ano de 2014 e do ano de 2015".
Interrogado a nova legislação laboral que está a ser preparada não irá 'facilitar' os despedimentos, o chefe de Estado referiu apenas que "o Governo diz que não" e que os diplomas estão ainda na Assembleia da República, não tendo sido aprovada a sua versão definitiva.
Relativamente às críticas de falta de força do Governo em combater "interesses instalados e lobbies", o Presidente da República recordou que não faz apreciações em público "sobre comportamento deste ou daquele ministro ou do Governo" e que se quiser fazer alguma coisa, fá-lo-á "em privado".
Sobre as notícias que dão conta do aumento do número de pais que não tem dinheiro para pagar as refeições dos filhos nas escolas, Cavaco Silva disse apenas que essa é uma das razões porque tem "sublinhado tantas vezes o papel das instituições de solidariedade social, das misericórdias, da Cáritas e de outros voluntários".
"Devemos continuar a demonstrar um espirito de solidariedade e em particular apoiando essas instituições que estão a minorar significativamente o sofrimento dos cidadãos", defendeu.
