Cavaco Silva, disse esperar que o diálogo entre o Governo e a oposição sobre o Orçamento de Estado para 2010 seja "o máximo frutuoso", considerando que será possível prevenir uma situação explosiva.
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Interpelado sobre como vê a disponibilidade do Governo em negociar com os partidos o Orçamento de Estado para 2010, Cavaco Silva reiterou que a saída de Portugal da "difícil situação em que se encontra" passa por um "entendimento inter-partidário".
Um entendimento inter-partidário, continuou o chefe de Estado, "que resolva um conjunto de dificuldades que são complexas e que requerem uma união de esforços vindos dos diferentes partidos políticos".
Interrogado se sente que os apelos ao diálogo que deixou na mensagem de Ano Novo foram ouvidos, Cavaco Silva disse ser ainda necessário aguardar pelos resultados, mas deixou o desejo de que se tratem de negociações frutuosas.
"Vamos esperar por aquilo que pode resultar do diálogo. O que posso desejar é que seja o máximo frutuoso, que haja boa vontade de todos os lados, este espírito natalício pode também influenciar os negociadores", frisou o Presidente da República, que falava aos jornalistas no final da tradicional cerimónia das Janeiras no Palácio de Belém.
Questionado se esse diálogo poderá evitar "explosões", o chefe de Estado respondeu: "isso mesmo".
"As explosões resultam sempre de uma combinação não de um problema, mas de vários problemas, um só isolado não provoca desastres, o que pode provocar desastres é a combinação de vários. Mas, eu acredito que nós somos capazes de prevenir e, portanto, devemos actuar com antecedência. Eu acho que o bom senso vai prevalecer", declarou ainda.
Na mensagem de Ano Novo, Cavaco Silva alertou para o perigo de uma "situação explosiva" no país, caso a actual situação económica e social não se altere.
"Com este aumento da dívida externa e do desemprego, a que se junta o desequilíbrio das contas públicas, podemos caminhar para uma situação explosiva", disse então.