O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, exortou esta quinta-feira os portugueses a estarem "sempre vigilantes e a não viver de ilusões".
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Na sua primeira intervenção do programa oficial das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que decorrem quinta e sexta-feira, em Castelo Branco, Cavaco Silva proferiu um discurso baseado na história da cidade, recorrendo a diversas metáforas e alegorias.
"Castelo Branco é uma lição de resistência e permanente renovação. Uma lição de economia e de visão de futuro. Uma lição que nos ensina a estar sempre vigilantes e a não viver de ilusões", disse.
"O chefe de Estado usava da palavra nos Paços do Concelho, na sessão solene de boas vindas em que também interveio o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Mourão.
Citando Amato Lusitano, Cavaco Silva evocou "o caso do doente que não obedeceu às prescrições do médico", relatado na obra "Centúrias", da autoria daquele médico nascido há 500 anos em Castelo Branco.
"Amato nunca mais regressou a casa daquele paciente incumpridor porque, escreveu ele, 'aos que não aceitam as ordens dos médicos, não se deve dar conselho médico'", sublinhou, sem se referir explicitamente à actual situação política do país.
Na sua opinião, "não há cura para aquele que não quer ser curado. Não há ventos favoráveis para aquele que não tem rumo e não sabe para onde ir".
"Em Castelo Branco, junto ao Jardim (do Paço Episcopal) que dá vida à nossa História, por entre as figuras sempre vigilantes dos nossos maiores, meditamos sobre a necessidade de agir com prudência, com rigor, com clarividência", acrescentou.
Para Cavaco Silva, a cidade que acolhe as comemorações do 10 de Junho é quinta e sexta-feira "capital de um país que resiste e se renova".
À chegada à cidade, às 10.45 horas, Cavaco Silva depôs uma coroa de flores no monumento ao médico João Rodrigues de Castelo Branco, mais conhecido por Amato Lusitano.
Antes da sessão na Câmara Municipal, presidiu à cerimónia militar do içar da Bandeira Nacional, com guarda de honra.
Às 12.10 horas, inaugurou o novo Museu Cargaleiro, depois de ter gravado no local a mensagem do presidente da República dirigida às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.