O Presidente da República apelou, em Santarém, à defesa do interesse nacional na discussão da Política Agrícola Comum europeia pós 2013 e defendeu a produção nacional como essencial ao controlo da dívida externa do país.
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O Presidente da República apelou, em Santarém, à defesa do interesse nacional na discussão da Política Agrícola Comum europeia pós 2013 e defendeu a produção nacional como essencial ao controlo da dívida externa do país.
Cavaco Silva visitou hoje, domingo, demoradamente, a Feira Nacional da Agricultura/Feira do Ribatejo, que decorre até dia 13 no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.
Saudando o "serviço inestimável" prestado pelo certame aos agricultores e ao mundo rural, o Chefe de Estado frisou que Portugal "precisa do contributo da agricultura para conseguir ultrapassar a grave situação em que se encontra".
Recordando que Portugal importa "pelo menos 40 por cento" das suas necessidades em produtos alimentares, Cavaco Silva afirmou que o aumento da produção nacional contribui para a redução das importações, a diminuição da dependência em produtos alimentares e para o "controlo, que precisamos, da dívida externa".
"Os agricultores querem dar esse contributo, pedem que as políticas sejam adequadas ao aumento da produção agrícola nacional", frisou.
O Presidente da República realçou a oportunidade da discussão do futuro da PAC durante a feira, referindo-se ao seminário agendado para a próxima sexta-feira e que contará com a presença do comissário europeu da Agricultura, Dacian Ciolos.
"É da maior importância que os portugueses e os agricultores em particular participem no debate sobre a reforma da PAC, expressando os seus pontos de vista para conseguirmos formar uma posição nacional correta", disse.
Para Cavaco Silva, Portugal tem que ser capaz de "defender o interesse nacional na discussão que vai ocorrer na União Europeia" e, sublinhou, "o interesse nacional passa pelo aumento da produção nacional e não pelo aumento da dependência do país em matéria de produtos agrícolas".
"Passa pela cobertura do território nacional e não pelo despovoamento e o abandono, passa pela defesa da qualidade dos produtos agrícolas e pela manutenção de diversos tipos de explorações agrícolas que correspondem à diversidade do território nacional", afirmou.
Durante quase duas horas, o Presidente da República, recebido por campinos e ranchos folclóricos, percorreu os vários pavilhões da feira, conversando com os expositores.