O secretário-geral do PCP apelou esta terça-feira ao voto na CDU nas eleições europeias, afirmando que no próximo domingo os eleitores terão uma oportunidade para "dar um pancadão" no Governo da maioria PSD/CDS-PP.
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"Pensamos que estas eleições são um momento importantíssimo para dar um pancadão neste Governo e nesta política para que, com o reforço da CDU, no dia 25 de maio, possamos dizer a este Governo: "vocês já não correspondem ao sentimento da maioria do nosso povo, devem ser demitidos'", disse o secretário-geral comunista, num comício, dos mais concorridos até agora, com mais de 600 pessoas, na Sociedade Euterpe Alhandrense.
O líder comunista disse compreender aqueles "que votaram no PSD e no CDS" - "muita gente foi enganada, tendo em conta que o PS, na altura, estava mal visto como o diabo, com a desgraça de governação do Sócrates e aparecia ali uma direita responsável, que negava que ia fazer mal aos trabalhadores, reformados e pensionistas, mas aqui está a verdade", apontou.
"O PS incomoda-se, fica com pele de galinha, quando nós criticamos - dizem, "lá está o PCP'. Mentira ou verdade, que o PS tem lá a assinatura ? Num documento que é preciso e conciso em relação àquilo que descrevemos: está lá o aumento de impostos, o corte nos salários, nas pensões e reformas, o ataque aos serviços públicos", lembrou, referindo-se ao memorando de entendimento com a "troika'.
Jerónimo de Sousa incitou também a plateia a lembrar aos "novos eleitores, que estão inclinados para votar CDU", o facto de "o símbolo da coligação" não ser "apenas a foice e o martelo, porque há aí uns símbolos pelo meio do boletim de voto que tentam meter a foice em seara alheia, levar as pessoas ao engano, até porque a CDU é dos últimos no boletim de voto".
"Uma tarefa que todos nós temos é dizer que o voto na CDU é na foice e no martelo e no girassol", salientou, acrescentando que, quando os membros da força que congrega comunistas, ecologistas e Intervenção Democrática diz que "é preciso aplicar um pancadão eleitoral - e não de outra forma - é porque seria profundamente contraditório que as vítimas votassem no carrasco".
O eurodeputado recandidato pela CDU sublinhou a "campanha feita da alegria" de ver que são cada vez mais os que se juntam e dão a sua confiança".
"É assim que estamos a construir uma grande campanha. É assim que construiremos, domingo, um grande, grande, resultado na CDU", desejou João Ferreira.
Sobre o Tratado Orçamental e a corresponsabilidade do PS no mesmo, o também vereador da Câmara Municipal de Lisboa disse que "não há leituras inteligentes possíveis que alterem o seu conteúdo".
"Não queiram vir fazer dos portugueses estúpidos sobre o que verdadeiramente está neste tratado e os condicionamentos que representa para um projeto de desenvolvimento, livre e soberano, do nosso país", afirmou.
