A CGTP acusou, esta terça-feira, o Governo de "má-fé e desrespeito pelas regras que norteiam o diálogo social" por realizar reuniões bilaterais, no âmbito da concertação social, sem a participação da central sindical.
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Em comunicado, a CGTP explica que o governo adiou para o dia 12 de Outubro a reunião da Comissão Permanente de concertação social que estava marcada para 4 de Outubro com o argumento de que pretendia aproveitar este período para realizar reuniões bilaterais com as Confederações Sindicais e Patronais com vista a aprofundar a discussão do "Compromisso para a Competitividade, o Crescimento e o Emprego".
Contudo, adianta a CGTP, a central sindical nunca foi contactada pelo Governo para esse efeito tendo a estrutura sindical tentado contactar o executivo por diversas vezes.
Depois de várias tentativas feitas a partir de segunda-feira, explica a CGTP, só hoje foi conseguido contacto com o secretário de Estado do Emprego.
Ainda de acordo com a central sindical apenas neste contacto de hoje o secretário de Estado confirmou a realização de reuniões bilaterais com algumas Confederações e admitiu fazê-lo com a CGTP ao fim do dia ou amanhã de manhã.
A estrutura sindical considera que a atitude em causa "é de má-fé e total desrespeito pelas regras que devem nortear o diálogo social e a negociação de matérias tão relevantes para os interesses dos trabalhadores e do país".
"Esta é uma posição que confirma que o Governo do PSD-CDS não quer negociar mas impor, com o apoio de certos sectores patronais, as propostas do memorando subscrito pelas troikas nacional e internacional", refere a CGTP acrescentando que neste momento já não existem condições para uma discussão bilateral.
O Governo e os parceiros sociais reúnem-se quarta-feira na Comissão Permanente da concertação social para negociar o "Compromisso para a Competitividade, o Crescimento e o Emprego", encontro que contará também com a presença da CGTP-IN.