
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou que a reunião desta sexta-feira com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho "serviu para constatar que o Governo está numa embrulhada".
Arménio Carlos, que falava aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro em Lisboa minutos antes de se iniciar em Belém o conselho de Estado, acrescentou que Pedro Passos Coelho disse à central sindical que poderia "modular" a sua proposta em relação à Taxa Social Única (TSU) mas "não avançou com nenhuma medida em concreto".
O dirigente sindical afirmou ter ficado "um tanto estupefacto" depois de o primeiro-ministro ter anunciado publicamente que "admitia uma reforma da proposta que apresentou".
Arménio Carlos fez questão de dizer que na reunião que decorreu esta sexta-feira com o chefe de Governo, a pedido da CGPT-IN com caráter de urgência, a central sindical deixou vincado que mais austeridade passa por taxar o capital e não os trabalhadores.
"Estamos perante um processo onde não há equidade", disse o secretário-geral da CGTP-IN, reafirmando que "qualquer mexida na TSU ou nos impostos não pode incidir sobre os rendimentos do trabalho".
Deu também o exemplo de um estudo sobre a TSU em que se "constatava" que se a proposta do Governo se viesse a concretizar, "iria originar a destruição de dezenas de milhares de postos de trabalho".
O dirigente sindical anunciou também que amanhã, sábado, a CGPT vai apresentar alternativas " num contexto de equidade", onde "os rendimentos do capital irão ser taxados de acordo com as perspetivas que entendemos que é melhor para o país".
Arménio Carlos reafirmou não aceitar "qualquer proposta de modulação na TSU que preveja a redução dos salários, nem que seja um cêntimo".
Em relação a uma possível greve geral, o secretário-geral da CGTP voltou a frisar que está em cima da mesa, envolvendo um acordo com a UGT, mas que já existem "jornadas de luta" em marcha como a marcada para 29 de setembro em Lisboa e uma outra de 1 a 5 de outubro tendo como tema o desemprego.
"Temos um problema e o problema chama-se memorando", concluiu.
