O secretário-geral da CGTP considerou, esta quinta-feira, que a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2013 é uma "ofensa ao povo português", acusando o Governo de pretender "massacrar" os portugueses, fazendo deles "prisioneiros dentro do seu próprio país".
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De acordo com a versão preliminar da proposta do OE, a que a Lusa teve acesso, entre outras medidas, são redefinidos os escalões de IRS para 2013, que oscilam entre os 14,5%, em rendimentos até sete mil euros, e os 48%, para rendimentos superiores a 80 mil euros.
"Estamos perante uma proposta que é uma ofensa ao povo português, aos trabalhadores da administração pública e do setor privado, aos pensionistas e aos desempregados (...), que são camadas que mais precisam de apoio", afirmou Arménio Carlos.
Para o secretário-geral da CGTP, a proposta do Governo PSD/CDS-PP pretende "massacrar os portugueses", uma vez que "se submete claramente àquilo que tem sido uma política neoliberal que procura continuar a favorecer o setor financeiro e os grandes grupos económicos, à custa da exploração desenfreada dos trabalhadores".
O dirigente sindical acusou ainda o executivo de querer "colocar os portugueses na situação de prisioneiros dentro do seu próprio país", na medida em que está a "condenar [a população] a um retrocesso social e civilizacional sem qualquer comparação no passado".
Por isso, Arménio Carlos entende que "é o momento de os portugueses assumirem o artigo 21 da Constituição da República Portuguesa", que estabelece "o direito à resistência contra as ordens ilegítimas que ponham em causa direitos, liberdades e garantias".
Arménio Carlos reiterou um apelo que tem vindo a lançar: o primeiro-ministro e o ministro de Estado Paulo Portas têm de "assumir publicamente, perante os portugueses, que lhes mentiram porque prometeram que não aumentavam os impostos" e agora aprovaram uma proposta orçamental que é "a maior carga de impostos implementada em Portugal".
"Se tiverem ainda um pouco de respeito pelos portugueses, a única coisa que têm de fazer é (...) pedir a demissão a abandonar definitivamente o poder", acrescentou.