O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, lembrou, este domingo, que "o salário mínimo está por atualizar há três anos" e afirmou que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, está a remeter para o futuro um problema que exige resposta imediata.
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"Não se pode estar a falar de um aumento do salário mínimo para o futuro quando neste momento o que importa é responder ao presente. O salário mínimo está para ser atualizado (...) há mais de três anos", afirmou à Agência Lusa.
A reação de Arménio Carlos surge depois de o primeiro-ministro se ter mostrado, este domingo, disponível para fazer concessões na Concertação Social, admitindo levar para cima da mesa a discussão da melhoria do salário mínimo nacional e a revisão das condições da negociação coletiva.
"Esta declaração do primeiro-ministro remete para a frente a resolução de um problema que exige resposta no presente. Não podemos esquecer que há um acordo por cumprir: os 500 euros do salário mínimo nacional deviam estar em vigor desde 1 de janeiro de 2011", criticou o dirigente sindical.
O responsável da CGTP disse que os trabalhadores que auferem este salário perderam, neste período, 675 euros e reclamou "uma atualização imediata" do salário mínimo para os 515 euros para repor parte do poder de compra entretanto perdido
Quanto à contratação coletiva, Arménio Carlos lembrou que foi o Governo que alterou a lei das portarias de extensão, levando a que grande parte da contratação coletiva "ficasse bloqueada" e que "centenas de milhares de trabalhadores tivessem visto reduzido o seu poder de compra" porque os salários não foram atualizados.
"Propomos que a lei das portarias de extensão seja revista imediatamente e que seja assegurado o cumprimento da legislação que estabelece que compete ao Ministério do Trabalho dinamizar a contratação coletiva", acrescentou, acusando as entidades patronais de "estarem a destruir" a contratação coletiva e a substitui-la por contratos individuais de trabalho.
Outras reivindicações prendem-se com "medidas objetivas" para atribuição do subsídio social de desemprego "aos dois terços de desempregados que neste momento não têm qualquer tipo de proteção social" e com o respeito pelo horário das 35 horas na administração pública.
"Sem isto o diálogo está, à partida, comprometido", sublinhou o líder da CGTP.
A central sindical vai promover na terça-feira uma manifestação nacional de dirigentes e ativistas sindicais para exigir ao ministro do Emprego uma resposta para os problemas relacionados com contratação coletiva, direitos laborais e salário mínimo nacional.