O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, criticou, esta quarta-feira, o pedido de fiscalização sucessiva do Orçamento de Estado, alegando que, se o presidente da República tinha dúvidas, devia ter vetado o documento.
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"O Presidente reconhece que estamos numa fase de política recessiva, com redução dos rendimentos das famílias, com redução da proteção social, mas depois promulga um orçamento que devia vetar", afirmou Arménio Carlos em declarações à Lusa.
Ao promulgar o Orçamento de Estado para 2013 (OE2013), Cavaco Silva tornou-se "cúmplice de uma política de desastre que não só põe em causa a qualidade de vida e o bem-estar dos portugueses e de todos aqueles que vivem e trabalham em Portugal, como vai gerar mais pobreza, mais exclusão e acentuar a fome em Portugal", disse.
Além disso, acrescentou Arménio Carlos, o presidente da República mostrou não ouvir a voz do povo apesar de dizer que valoriza a intervenção do povo.
Para o secretário-geral da CGTP, "aquilo que era largamente maioritário no país era a condenação deste Orçamento e também o apelo para que o Presidente não promulgasse" o OE 2013.
"É caso para dizer: se a hipocrisia e o cinismo pagassem imposto em Portugal, já tínhamos resolvido o problema do défice e da dívida há muito tempo", referiu.
Arménio Carlos avançou ainda que a central sindical que lidera vai entregar aos grupos parlamentares um documento com "um conjunto de matérias que considera inconstitucionais" para contribuir para uma posição o mais alargada possível de solicitação de fiscalização sucessiva do OE2013.
"Este documento não só põe em causa as condições de vida dos trabalhadores portugueses mas, acima de tudo, o futuro do próprio país", concluiu.