Merkel conseguiu um feito por cá: reunir consensos. Só que são todos contra si. A ponto de, para onde quer que se vire hoje, irá assistir a inúmeros protestos. Até tem direito a um hino: "Bardamerkel" .
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Portugal não é a Grécia - repete a chanceler. Mas, nem por isso dedica a Lisboa mais tempo que devotou a Atenas: seis horas. Até se diz que é menos meia hora. É chegar e partir, com protestos, faixas negras e murais. Um cenário que nem a representante do FMI em Portugal, Teresa Ter-Minassian conseguiu durante os meses de 1983 e de 84.
O 'Geração em luta' agendou uma concentração no Palácio de Belém às 10.30 horas e segue depois para o CCB - onde já estará, desde as 10, 'Receção a Angela Merkel'. Às 13,'Que se lixe a troika!' está no Largo do Calvário e ruma a Belém. A CGTP tem um desfile da Praça Camões até São Bento pelas 15, apoiado pelo 'Projeto Ruído' ou o Movimento Sem Emprego. O movimento '12 de Março' participará em todos.
O país mostra ainda o seu descontentamento no Porto, às 17, junto ao Consulado alemão; em Braga, na Avenida Central pelas 15; em Faro, 17, na Praça da Liberdade; Loulé, em frente ao Mercado Municipal, às 18; e pelas 17.30, no Funchal, junto ao consulado. E nem o almoço no Forte de São Julião (Oeiras) poderá ser calmo para Merkel, que até teve direito a um hino 'Bardamerkel' - ver no YouTube.
Um protesto geral que a imprensa alemã acompanha, como o 'Die Welt', retratando um país onde a sua chanceler é 'persona non grata'.
E, no fim, quando o anfitrião Passos Coelho regressar a casa, em Massamá, após este dia, que se prevê complicado, ainda terá à porta o "Cerco Residência Pessoal" para lhe tirar o sono. v