O país precisa de uma "ruptura" com a política de direita, afirmou Vasco Cardoso, da comissão política do PCP.
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Questionado sobre a possibilidade de um governo de Bloco Central, admitida hoje em entrevista pelo ex-presidente da República Jorge Sampaio, Vasco Cardoso, da comissão política do comité central do PCP sublinhou que "o que o país conhece são mais de 30 anos de políticas do Bloco Central", em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
Políticas, quer do PS quer do PSD, pautadas pela "injustiça social, pelo declínio nacional e pelo agravamento das dificuldades".
"Percebemos que os que estão interessados em garantir a continuidade da política de direita procurem colocar no centro do debate político esta possibilidade", referiu, mas sublinhou que "aquilo que o país precisa não é de um Bloco Central, mas de uma ruptura com esta política".
Para o PCP, o Governo deve centrar-se nos "problemas dos trabalhadores, no aumento dos salários, na valorização dos serviços públicos e no o fim das privatizações".
"Nada disso é possível nem com o actual PS nem no quadro do Bloco Central", defendeu.
Na opinião dos comunistas, "quando muitos insistem na maioria absoluta, ou admitem a possibilidade de um entendimento entre PS e PSD para garantir no essencial a continuidade da política de direita, compreende-se melhor a dimensão do ataque que está a ser dirigido contra o PCP, a força sem a qual não é possível construir uma política alternativa que rompa com mais de 33 anos de política de direita".