O condutor do veículo ligeiro comercial que hoje, sexta-feira, atropelou, em Tancos, Santarém, 16 militares, três dos quais com gravidade, disse que no momento do acidente "estava escuro" e que os militares "não estavam identificados com coletes".
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"Estava escuro. Eles não vinham identificados com coletes nem com camisolas brancas. Tentei desviar-me mas não consegui e apanhei o pelotão", disse à Lusa José Filipe, que fazia o percurso Tancos-Praia do Ribatejo para fazer distribuição de jornais.
José Filipe explicou que os militares vestiam t-shirts e calças verdes. "As primeiras ambulâncias e as autoridades policiais a chegarem ao local podem comprovar que eles vestiam t-shirts e calças verdes. Eu bati na minha mão", referindo-se à faixa em que seguia.
O porta-voz do Exército, tenente-coronel Hélder Perdigão, alterou, entretanto, o que tinha dito sobre a matéria. "Efectivamente não usavam colectes. Vinham dois elementos à frente e dois atrás para sinalizar a coluna militar, de forma gestual", explicou, em declarações à Lusa. Ver declarações na íntegra
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Barquinha, Carlos Gonçalves, disse à Lusa que "têm ocorrido muitos acidentes naquele local, alguns com gravidade, mas nunca envolveram militares em treino".
"Trata-se de um recta que atravessa o polígono militar. Têm ocorrido muitos acidentes envolvendo viaturas que circulam a grandes velocidades, mas nunca com militares em treino", disse o comandante que integra os bombeiros voluntários de Barquinha há 18 anos.
Dois dos feridos com maior gravidade foram transportados por um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para os hospitais de S. José e Santa Maria, em Lisboa.
Os outros militares feridos, outros dos quais com gravidade, foram enviados para o Hospital de Abrantes e Tomar. O acidente ocorreu cerca das 07:00.