O Presidente da República afirmou este sábado esperar que a Espanha "ultrapasse as dificuldades" que enfrenta no seu sistema bancário, porque tal pode afetar o crescimento económico de Portugal.
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Cavaco Silva, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração do "Winfloat", uma plataforma de energia eólica instalada no mar a seis quilómetros da costa da Póvoa de Varzim, reafirmou ser "possível que na parte final do ano ocorra uma inversão da tendência do crescimento económico".
Contudo, disse, é preciso "não esquecer que há neste momento um problema adicional", referindo-se à crise na Espanha.
O país vizinho, salientou, é o primeiro cliente de Portugal e é uma das maiores fontes de turismo de Portugal, portanto, "o que for bom para a economia espanhola será bom para a economia portuguesa" e vice-versa.
No entanto, o Chefe de Estado considerou que, com o projeto de energia eólica hoje inaugurado, que ainda se encontra em fase de testes e que representa um investimento de cerca de 23 milhões de euros, Portugal pode "dar um passo de gigante no aproveitamento das potencialidades de um país em matéria de energia eólica offshore".
Portugal pode estar a "estimular" mais empreendedores, investidores nacionais e estrangeiros a apostar no mar português com este projeto, e até criar mais empregos, sublinhou.
"Tenho insistido nas potencialidades do mar para o desenvolvimento económico e social do país e temos imenso espaço" para crescer, disse Cavaco Silva, referindo-se a áreas como a pesca, a aquacultura, a biologia e a energia renovável, entre outras.
Para o Presidente da República, "neste momento existem sinais de mudança" em Portugal que "estão a merecer atenção particular do Ministério" da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território.
Cavaco Silva referiu que a Póvoa de Varzim "ficará marcada" por ser o local que acolhe este projeto, que contribuirá, assim deseja, para a redução da dependência de energia externa.
"Reduzindo a nossa dependência externa, reduz-se a nossa dependência dos preços do petróleo e até a variação da cotação do dólar em relação ao euro, e isso pode contribuir para que os portugueses tenham preços [de energia elétrica] mais baixos", frisou.