
O vice-presidente da bancada socialista Ricardo Rodrigues justificou hoje, quarta-feira, ter "irreflectidamente" tomado posse de dois gravadores de jornalistas da revista "Sábado" por ter sido sujeito por estes "a violência psicológica" durante uma entrevista.
A "Sábado" publicou hoje imagens no site da sua revista em que o dirigente da bancada socialista começa por manifestar repúdio face às perguntas dos jornalistas e depois levanta-se da cadeira a meio da entrevista, levando consigo dois gravadores.
"Porque a pressão exercida sobre mim constituiu uma violência psicológica insuportável, porque não vislumbrei outra alternativa para preservar o meu nome, exerci ação direta e, irrefletidamente, tomei posse de dois equipamentos de gravação digital, os quais hoje são documentos apensos à providência cautelar que corre termos no Tribunal Cível de Lisboa", afirmou Ricardo Rodrigues.
Ricardo Rodrigues fez esta declaração na Assembleia da República, sem direito a perguntas por parte dos jornalistas e à qual assistiu o líder parlamentar do PS, Francisco Assis.
Na declaração que fez aos jornalistas, o "vice" da bancada do PS referiu que segunda feira passada "deu entrada no Tribunal Cível de Lisboa uma providência cautelar" de que é requerente e a revista "Sábado" e dois dos seus jornalistas são requeridos.
"Tal aconteceu porque aceitei de boa fé conceder uma entrevista à citada revista na passada sexta feira, dia 30 de abril, cujas perguntas, inquisitórias e construídas sobre premissas falsas, tiveram manifestamente por objetivo atingir a minha honra e consideração", alegou o dirigente da bancada do PS.
Segundo a versão de Ricardo Rodrigues, durante a entrevista à revista Sábado, alertou os entrevistadores "para o seu tom inaceitavelmente persecutório, bem como para os temas e factos suscitados, falsos e mesmo injuriosos".
"Foi o caso da alegada cumplicidade minha com clientes que patrocinei no exercício da minha actividade profissional como advogado, e que foram condenados relativamente a factos de 1997; ou, ainda, sobre injúrias e difamações que estão a ser julgadas no Tribunal de Oeiras, em que são réus a SIC, a SIC Notícias e um jornalista", acrescentou.
Ricardo Rodrigues adianta depois que, ao interpor a providência cautelar em relação à revista Sábado, procurou fazer valer os seus direitos.
"Procurei assim afirmar e fazer valer os meus direitos, uma vez que nunca tendo sido acusado nem julgado por nenhum tribunal, não aceitarei ser agora julgado por jornalistas deste tipo, que felizmente, são exceção na sua classe profissional", aponta.
