Dirigentes sindicais da Função Pública apelaram à continuação da luta no dia 24
Os dirigentes sindicais da Função Pública apelaram aos trabalhadores que se manifestaram este sábado em Lisboa para que continuem a lutar pelos seus direitos e convidaram-nos a mobilizar todos os trabalhadores do sector para a greve geral de dia 24.
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Os coordenadores da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP) e da Frente Sindical da Administração Pública (UGT) subiram ao palco dos Restauradores para lembrar os motivos da luta aos milhares de funcionários públicos que desceram a avenida da Liberdade em protesto contra os cortes salariais e dos subsídios de férias e de Natal previstos no Orçamento do Estado para 2012.
Perante a multidão, o coordenador da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), Nobre dos Santos, elogiou a elevada participação na manifestação que considerou uma forma de dar resposta "à agressão do Governo".
"Em unidade conseguiremos os nossos objectivos. É necessário que a nossa luta vá crescendo até dia 24 para travar a política do Governo", afirmou.
A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, lembrou que os trabalhadores da função pública perderam em média, nos últimos dez anos 13% do seu poder de compra, o que somado ao corte dos subsídios de férias e de Natal representa uma perda média de 25,5% do seu poder de compra.
"Não aceitamos o roubo do que é nosso. A greve geral tem que ser uma grande demonstração do nosso descontentamento contra as agressões que os trabalhadores estão a sofrer", disse a sindicalista.
A manifestação nacional da função pública foi promovida pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (UGT) mas os promotores optaram por serem feitas apenas duas intervenções finais, uma de uma estrutura da CGTP e outra da UGT.
Trabalhadores de todos os sectores da administração pública e das forças de segurança de todo o país integraram o desfile que segundo os organizadores da CGTP contou com a participação de 180 mil pessoas embora os organizadores da UGT apontassem para os 200 mil.
A polícia, como vem sendo habitual, não avançou estimativas.
Independentemente dos números avançados, no local verificou-se que quase uma hora depois da cabeça da manifestação ter chegado aos Restauradores ainda havia manifestantes no Marquês de Pombal
O congelamento salarial de 2010, o corte salarial médio de cinco por cento deste ano, a manutenção do corte salarial e a retirada dos subsídios de férias e de Natal nos próximos dois anos, a colocação de trabalhadores em mobilidade especial, um sistema de avaliação deficiente e a alteração das regras de aposentação estiveram na origem do protesto conjunto de hoje.
A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, disse à agência Lusa que "foi uma grande manifestação" e reforçou o apelo para que os trabalhadores da Função Pública continuem a lutar pelos seus direitos.
O coordenador da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), Nobre dos Santos, disse à Lusa que a participação na manifestação ultrapassou as expectativas e lembrou que muitos trabalhadores não participaram por razões económicas, pois uma deslocação a Lisboa representava para muitos uma despesa de cerca de 40 euros.
O secretário-geral da CGTP, que também participou no protesto, disse no final à Lusa que esta manifestação "foi um bom compromisso, um bom sinal de mobilização e uma boa base para que a greve geral tenha uma boa adesão".