O deputado do CDS-PP Hélder Amaral respondeu esta quarta-feira, no seu discurso nas comemorações oficiais do 25 de Abril, àqueles que protagonizaram a "rutura de 1974" e hoje "se ofendem com o uso que os portugueses fazem da liberdade".
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Numa sessão solene no Parlamento marcada pelas ausências da Associação 25 de Abril, em protesto contra a política seguida pelo Governo PSD/CDS-PP, e dos históricos socialistas Mário Soares e Manuel Alegre, em solidariedade para com os "militares de Abril", Hélder Amaral declarou: "Quem dá certificados para cada um de nós estar aqui é o povo soberano, não uma associação ou um político em especial".
O deputado do CDS-PP criticou os protagonistas da "Revolução dos Cravos" que falam como se estivessem "ainda ao abrigo de uma difusa legitimidade revolucionária" mostrando "desagrado com o rumo das opções políticas presentes".
"Aqueles que se desiludem e ofendem com o uso que os portugueses fazem da liberdade que lhes foi legada desrespeitam o alcance da sua própria conquista", considerou.
Hélder Amaral acrescentou que "o 25 de Abril tem autores, mas não tem donos; permite leituras, mas não permite chantagens; fez-se pela liberdade de todos, e não para o pensamento único; tem memórias, mas não deve ter manipulações".
Por outro lado, o deputado do CDS-PP defendeu que o Parlamento "é a casa da liberdade e da democracia" e, portanto, é o lugar para estes valores serem celebrados.
No resto do seu discurso, Hélder Amaral considerou que Portugal vive "tempos de mudança" que implicam "consensos", e não "divergências", e manifestou-se confiante em que Portugal vai conseguir "ultrapassar os obstáculos" que enfrenta.
"Os próximos anos vão requerer um esforço decisivo de concertação e de consensos sobre a atividade do Estado", acrescentou.
Segundo Hélder Amaral, nas últimas décadas houve uma "dissipação progressiva dos preconceitos mútuos que há 38 anos pareciam inultrapassáveis, depois do sempre complexo processo de independência e da descolonização".
"É verdade que sofremos todos, mas ainda assim não evita que possamos dizer, com particular satisfação, que estamos juntos", afirmou.
O deputado do CDS-PP, nascido em Angola, considerou que entre Portugal e as suas antigas colónias há hoje uma relação de "nações soberanas e independentes" e o "reconhecimento de uma história conjunta e de uma memória partilhada", e apontou a sua "história de vida" como "um testemunho vivo dessa comunhão".